terça-feira, 31 de agosto de 2010

Zizinha, 91



É uma reclamona de mão cheia. De nada adianta Ciló e eu insistirmos que ela é uma privilegiada, pelo fato de passar dos 90 meio tortinha, sim, mas com saúde geral de ferro e, sobretudo, absolutamente lúcida. Mas não adianta. Todos devem ser assim. Meu avô Paulo Fischer, marido dela, que se foi há uns 4 anos, até por ser alemão, não era tão reclamão quanto a italiana Elzira Ilza Tizziotti, mas também vivia reclamando pelos cantos que não podia mais trabalhar, não podia mais isso e aquilo. Enfim, todo esse blablablá para anunciar que dona Zizinha, minha vó paterna, completou 91 anos na segunda, dia 30, mas foi no domingo, 29, o almoção de festa, na varanda da casa dela, como sempre ocorre nos aniversários e nos dias de Ano Novo. Estavam quase todos lá, em Guará. Na foto de cima, Zizinha com os três netos, meu irmão Luís Henrique, Mônica e Emerson. Na de baixo, a nonna com os três filhos, Ciló, João Luís e meu pai, José Moacyr. Faltaram apenas eu e a Natália, única bisneta. Ensaiei de ir, mas encarar 560 km de Londrina a Guará no sábado com volta no domingo é de lascar. Furei conscientemente, na esperança de estar lá agora, no feriado prolongado de Sete de Setembro. Telefonei à uma da tarde, a cobrar, para a casa da Ciló, contígua à da vó. Estava na Gláucia, irmã do Marião Fragoso, nos Cinco Conjuntos, ajudando a turma a secar alguns fardinhos de cerveja por conta dos quatro anos do Giovanni, que nasceu corintiano, mas morrerá palmeirense, se Deus quiser. Chamo-o de Gladiador, e o garoto atende com presteza. Minha filha ganhou pijaminha do Palmeiras quando nasceu, presente do são-paulino Cláudio Paçoca Osti, e virou corintiana. O próprio Fragoso, gambazão, é filho de palmeirense. Então, nada mais justo que eu batalhe para transformar Giovanni num legítimo porco. E, pelo jeitão do moleque, vai ser porco-espinho. Saúde, dona Zizinha. O Corinthians completa 100 anos daqui a alguns minutos, o Palmeiras comemorará dia 26 de agosto de 2014, poucas semanas depois da Copa do Mundo, e todos nós já estamos de contagem regressiva para o seu centenário, em 2019. Quem sabe não faremos a mesma foto deste domingo, com a senhora segurando no colo um ou dois tataranetos?