(Publicado na quinta-feira 15/11 no Jornal de Londrina
Desafiados pelo são-paulino Luís César e pelo santista Léri-bí a provarem que Palmeiras e Corinthians também são campeões mundiais, Bracciola, gentilmente, concedeu a palavra a Moitinha, que tomou um gole generoso de Presidente e passou a divagar sobre a época em que tudo se passou.
Relatou os dias que antecederam a finalíssima contra o Vasco num Maracanã lotado por 73 mil torcedores, em 14 de janeiro de 2000. Está certo que não foi lá um dos maiores públicos do estádio, nem o jogo foi aquela brastemp – um 0 a 0 sem praticamente nenhuma chance de gol, sendo que o título foi decidido nos pênaltis.
Alheio a esses detalhes que só interessavam aos adversários, Moitinha detalhava o clima em Londrina, que recepcionava a Seleção Brasileira Sub-23 que, sob o comando de Luxemburgo, já treinava na cidade e dali uns dias iniciaria, no Estádio do Café, a caminhada rumo aos Jogos de Sydney.
Luxemburgo assumira o comando da Seleção Principal e fizera questão de dirigir também a Sub-23. Ele dirigiu o Corinthians no título brasileiro de 1998, pelo qual o time fora convidado pela CBF para ocupar a vaga de convidado no 1º Mundial de Clubes da Fifa.
Ou seja: todo corintiano de Londrina andava com o peito estufado: a equipe canarinho estava na cidade e seu clube estava prestes a conquistar um Mundial, embora tivesse sido eliminado pelo Palmeiras da Libertadores-99.
Moitinha tirava de letra esses e outros questionamentos, como o fato de o Corinthians ter obtido a vaga na decisão pelo saldo de gols, por conta de um gol a mais que o Real, embora em um dos gols de seu jogo contra o Raja Casablanca a bola não tenha entrado.
E também o fato de que a Fifa segregara o título até 2005, quando houve a segunda edição do Mundial. A entidade demorou quatro anos para reconhecer o título corintiano porque Joseph Blatter afirmara ter sido um erro ter permitido que dois times do mesmo país fizessem a final e que aquela fórmula de disputa (com equipe convidada) jamais aconteceria novamente.
– Tudo inveja. O caneco está lá no Parque São Jorge e pronto – encerrou Moitinha, pedindo licença para tirar água do joelho e passando a bola para Bracciola.
– Quero ver você, porcão, se explicar agora.
lá vem vc de novo com a fita da Copa Rio. pode publicar 100 000 textos sobre o assunto que o campeonato não vai mudar de status. eu, particularmente, me envergonharia de uma cruzada que quer, a qualquer custo, transformar um titulo em outro no tapetão forte. #acordarogerio
ResponderExcluirTer conquistado um torneio com oito das melhores equipes do mundo - todas sul-americanas e europeias - é motivo de orgulho para mim. Me envergonharia se meu time tivesse tentado ocupar o estádio de outro na mão grande, se tivesse fugido de campo numa decisão de campeonato, se tivesse levado para casa um troféu que pertence a outro time, se treinasse gandulas para impedir contra-ataque dos adversários. Mas, enfim, cada um se orgulha ou se envergonha do que pode.
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