segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Abre o zóio, Parmera


Bem, meu Palmeiras levou um baile do Náutico, mas seus adversários diretos pelo título também andam tropeçando mais que bêbado na subida, e a derrota no Recife só provou que não há um time que presta nesse campeonato, e que o São Paulo ganhou as três últimas edições porque era caolho em terra de cego, porque o Palmeiras deve ganhar esse Brasileirão, mas daquele jeito, aos trancos e barrancos. Nada contra o perde-e-ganha, porque deixa a disputa mais emocionante, acirrada, mas um campeão de verdade deveria ganhar do São Paulo (o que o Palmeiras não fez), do Inter (o que o Palmeiras não fez), do Atlético-MG (o que o Palmeiras não fez) ou, pelo menos, passar com facilidade por Avaí (o que o Palmeiras não fez), Náutico (o que o Palmeiras não fez). Verdade que, historicamente, o time de Palestra Itália gosta mais dos confrontos com os grandes que contra os pequenos, mas perder quatro pontos assim, empatando em casa com o Avaí e levando uma sova do Náutico, é de doer. O que deixa o palmeirense relativamente tranquilo é que ninguém está ganhando de ninguém, nenhuma equipe está despontando a ponto de... Ops! Peralá! Tem, sim. E é bom tomar cuidado com ela. Se São Paulo, Inter, Galo e Goiás não chegam a assustar, há uma equipe que vem ensaiando, sim senhor, uma reação, mas que, por sua posição na tabela, ainda não despertou temores, mas é bom esse Parmera abrir o olho se quiser o título, e os demais se quiserem se garantir na Libertadores, porque tem um tal de Flamengo vindo aí. Faltando nove rodadas, o Palmeiras poderia se considerar tranquilo, se o campeonato ficasse assim, nesse perde-e-ganha até o fim, mas o perigo vem do combalido futebol carioca e responde pelo nome de um time que, quando engrena, é difícil de ser parado. Senão, vejamos: enquanto o pelotão da frente coleciona vitórias e derrotas como quem troca de roupa, o Flamengo, nas últimas seis rodadas, conquistou 14 pontos, numa série de causar inveja. Vamos lá: 3 a 0 no Sport, 3 a 0 no Coritiba, daí segurou um 0 a 0 com o Inter lá, meteu 2 a 0 no Fluminense (clássico regional é sempre complicado), arrancou um 3 a 3 do sempre encardido Vitória no Barradão e, no sábado, virou para cima do São Paulo, muito embora tenha sido beneficiado por um pênalti mandraque e uma segunda cobrança mais mandraque ainda. Mas, enfim, está arrumadinho, está com sorte e vem atropelando. O grande desafio rubronegro está, coincidentemente, na próxima rodada: pega o Palmeiras no Palestra. Se não capitular frente ao líder, terá aberto então uma nova via de caça ao primeiro colocado. Se vencer, entra definitivamente na briga pelo título - eu diria até com um certo favoritismo, porque imaginem um time de massa como ele, após uma eventual vitória no Parque Antártica, jogando o restante do torneio com o Maraca lotado e ensandecido. Na minha opinião, diante do baixo nível geral desse campeonato, é o único que pode ameaçar o pentacampeonato alviverde. E tudo está, na verdade, nas mãos do Palmeiras. Palmeiras x Flamengo, domingo que vem, vai dizer quem, de fato, tem garrafa vazia para vender. É depois desse pega que o palmeirense ou vai dormir tranquilo ou vai ganhar um milhão de moscas zunindo na orelha.

***

Tudo bem que o pênalti foi mandraque, que Ceni pegou a primeira cobrança na moral, mas convenhamos, temos de tirar o chapéu para o tal de Petkovic: naquela pressão infernal, após uma cobrança pífia, bater de novo como ele bateu, aquela deixadinha no meio do gol, é pra cabra macho. Vendo aquela cobrança, me lembrei de quem "inaugurou" essa cobrança displicente, abusada, prepotente até. Foi Djalminha, pelo Palmeiras, não sei se naquele time de 1996 que estabeleceu a melhor campanha da história do Paulistão ou no Brasileirão do ano seguinte. Lembro que, na sequência, Marcelinho Carioca fez o mesmo. Daí me ocorreu que Djalminha e Marcelinho são contemporâneos da mesma safra de revelações flamenguistas e que, junto com Paulo Nunes, debandaram do Flamengo depois que Renato Gaúcho, já veterano e bonzão da boca, arrumou treta com os moleques da Gávea. Djalminha, então, foi para o Guarani - onde fez parceria com Amoroso e Luizão - e depois para o Palmeiras e daí para a Europa. Marcelinho foi para o Corinthians e tornou-se o maior ídolo da história corintiana - o que não é pouco. Paulo Nunes foi campeão da Libertadores pelo Grêmio e pelo Palmeiras, sempre com Felipão. Que prejuízo deu esse Renato Gaúcho, hein, Flamengo?

3 comentários:

  1. Eu, como boa flamenguista que sou, tenho a dizer que a gente conversa depois do jogo. Nos aguarde!

    ResponderExcluir
  2. Tô esperando um belo post em que você, humildemente, reconheça que somos melhores. Vamos lá, Fischer! Força! Você consegue.....ahhaahahaha

    ResponderExcluir
  3. Bem, olhando o jogo de ontem, talvez você tenha razão. Mas, olhando a tabela, me parece que você anda meio apressadinha, Polaca.

    ResponderExcluir