segunda-feira, 18 de abril de 2011

LEC-VGD, 55

(Publicado dia 6 de abril no Jornal de Londrina À espera de Moitinha, ontem à noite, no Bar Celestial, Bracciola tentava convencer Luís César da teoria segundo a qual o Palmeiras é uma espécie de guardião do Santos Futebol Clube. Desde priscas eras, dizia o palmeirense, sempre que precisa levar uns cascudos para se aprumar, o Peixe perde do Verdão, nem que tenha mais time e o palco seja a Vila Belmiro, como, aliás, aconteceu no domingo. – O Parmera é o único que sempre encarou o Santos de igual para igual, com Pelé e tudo. Desta vez não teve Neymar nem Ganso. Teve Gladiador. É bem capaz do Santos, agora, se recuperar na Libertadores. Só sei que na Vila, mermão, são 40 vitórias do Verdão contra 36 do Santos. Na Vila, entendeu, bambi? Ou tem que desenhar? Luís César deu de ombros. – Lá vem o porquinho de novo falando em década de 50, 60. Futebol, pra mim, começou com Telê Santana, Zetti e Raí. O resto é museu. Bracciola preparava o contra-ataque quando Moitinha chegou, com largo sorriso. Nem parecia que o Curíntia tropeçara no Botafogo de Ribeirão e ficara longe da liderança do Paulistão. Soltou um “e aí, moçada?” geral, pediu copo, uma ceva trincando e propôs um brinde. – Brinde a quê, Moita? – Não sabem que dia é hoje? – Terça-feira, uai. – Cinco de abril, aniversário do Tubarão, 55 anos! – Viva o Tuba, então! – Viva! Até o tio Mário, circunspecto, mas sempre de orelha em pé, esboçou um sorriso. Ele que, em 1956, recém-chegado do Rio, viu a fundação do LEC em abril e a inauguração oficial do VGD em junho. Ele que viu Alaor, Gauchinho, Garcia em campo. Ele que afundou o chão rente ao alambrado acompanhando o vaivém do seu Corintinha. Sempre na linha da bola, sabia quando era impedimento pra cá ou pra lá. LEC e VGD. O time, agora, está na segunda divisão do Paranaense, na Série D do Brasileiro. O estádio, devolvido à prefeitura, interditado pela Federação, corre risco de virar estacionamento, shopping center ou qualquer coisa que o mercado imobiliário imaginar. Luís César disse que tinha boas histórias pra contar sobre o velho Vitorino. Bracciola sugeriu que cada um lembrasse alguma. Moitinha disse que falaria primeiro. – Tio Mário, vê uma aí com carqueja para lubrificar as ideias.

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