segunda-feira, 18 de abril de 2011

A risada do Gal

(Publicado dia 13 de abril no Jornal de Londrina) De uma talagada só, Moitinha emborcou a pinga com carqueja que pedira ao Tio Mário para lubrificar as ideias e, com isso, começar a relatar os causos com os quais abriria a série “Histórias do VGD” no Bar Celestial. Os três diabinhos haviam acertado que cada um procuraria lembrar de passagens engraçadas, ou pelo menos puxando mais pelo humor, porque – vamos combinar – de tristeza basta aquele que foi justamente o último jogo do LEC, em junho do ano passado. Verdade que o palco era o Café, mas convenhamos: perder do São José, pela Segundona, em casa, por 2 a 1, de virada, com dois homens a mais, o adversário com jogador de linha no gol, quando o empate bastava... Aí é demais! O Zé Lanches falando cobras e lagartos pros dirigentes, a Falange se posicionando para “recepcionar” os jogadores... Deus nos livre! Terminado o melancólico flashback, Moitinha pediu a palavra para contar histórias do VGD, um dos maiores patrimônios culturais da cidade, hoje abandonado, interditado e com futuro incerto. O corintiano então lembrou de um episódio com a turma do antigo amadorzão da cidade, gente que jogou no Corintinha, no Quarteirão e outros times das décadas de 60, 70. No intervalo de um jogo do LEC, todos se dirigem ao bar da curva. Entre eles, Lelei, filho do Tio Mário, craque de bola. E o Galdino, negão cuja risada acorda até defunto. Ninguém fica impassível diante de uma gargalhada do Nego Gal. – Todo mundo ali, lembrando dos feitos daquela época, coisa e tal, até que o Lacerdão, um zagueiro muito meia-boca, grita no meio da galera, forçando a amizade: “E aí, Lelei, a gente jogava muito, hein”. Silêncio geral por uns segundos, até que o Nego Gal solta aquela gargalhada e todo mundo explode na risada. Luís César avisa: a próxima é dele.

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