segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Presidente


(Publicado neste domingo 4/9 no Jornal de Londrina)

De humor supostamente restabelecido após a vitória do meio de semana diante do Grêmio, que aplacou a chateação pela derrota de domingo para o Parmera, em Presidente Prudente, Moitinha convocou os dois inseparáveis amigos, na sexta-feira, para a reunião do Clube dos Corintianos de Londrina, que pretendia lotar as dependências do Fábrica 1, ali perto do Igapó.

Encontrou Bracciola e Luís César sinucando na Sexta Sem Freio, no Bar do Jota. Com uma garrafa de cerveja cheia nas mãos, chegou de boa, reforçando o convite com estranha serenidade.

– E daí, vamos lá dar um abraço no novo presidente?

Bracciola, que deixara de ir a Prudente para testemunhar o título do Tubarão no Estádio do Café, num sol de rachar mamona, foi o primeiro a se manifestar. Jogou verde para colher maduro.

– Depende. Quem é o presidente?

– Vão empossar o Naym Libos.

– Aquele turco lazarento? Sei não. Presidente, mesmo, eu gosto é daquele outro...

– Quem?

– O Prudente. Presidente Prudente. Esse é bão.

A tirada quase tirou Moitinha do sério.

– De que adiantou ocêis ganhá? O Timão continuou líder e ocêis, ó, lá embaixo...

Moitinha logo viu que daquele mato não sairia coelho e, para não perder a esportiva, vazou pra casa a fim de tomar uma ducha e escolher a indumentária com a qual iria ao jantar que, além da possa da nova diretoria, comemoraria os 101 anos do Timão. Com boné ou sem boné? Camisa ou aquele agasalho chinfroso da Gaviões? Na dúvida, vestiu todos.

Tomou trocentos chopes e ontem à tarde, enquanto matava a ressaca no Bar do Lucílio, num estalo, lembrou de um certo carro preto passando perto do Fábrica 1 com o som no último tocando o hino do Parmera, e aquele bando de gaviões em polvorosa.

– Será que eu sonhei? - pensou o corintiano, observando a chegada de Bracciola com um sorriso sarcástico no canto da boca.

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