terça-feira, 2 de fevereiro de 2010
E esse cheiro de Argentina no ar...
Há filmes pelos quais a gente não deveria sair de casa. “No meu lugar” é assim. Fui hoje ao Com-Tour vê-lo. Não entendi lhufas. Nem vou citar diretor, atores, para não parecer pegação no pé, até porque fui, antes de mais nada, por ser uma obra nacional e tenho o grave defeito de achar que filme nacional tem de ser visto e ponto final. O problema é que depois de Tropa de Elite e Cidade de Deus e outros menos ranqueados eu achei que havíamos abandonado aquela coisa anos 70 de filme paradão, em que um ator fica horas fumando cigarro e olhando para o chão com cara de angústia e, no final, você tinha que organizar um simpósio para debater o que o diretor quis dizer naquelas duas horas de projeção. Me enganei. Até vim pensando no caminho para casa: vou gastar um tempo na internet pesquisando para ver se acho algum artigo, alguma matéria, alguma sinopse que explique o que aconteceu. Deu preguiça e olhei apenas a página do JL para reler o resumo da ópera, e estava lá: “O filme narra a história de três famílias marcadas por uma tragédia provocada pela violência”. Se esses 92 caracteres têm um ar de mistério capaz de atrair um mané ao cinema, é, ao mesmo tempo, tudo o que um redator desavisado poderia escrever para resumir um filme que é aquilo ali – um mistério. E o pior de tudo foi constatar, enquanto escrevinhava essas asneiras, que algo desse tipo só corrobora uma impressão que havia tido nos primeiros dias do ano, quando voltei de um descanso na casa dos meus pais e, de volta a Londrina, deparei com um monte de acontecimentos que, para resumir tudo, me fizeram pensar com meus botões: “2010 começou com um cheiro de Argentina...” Não me peçam para explicar, porque é daquelas impressões que não se explicam, mas é mais ou menos tipo assim. E reforçou, sobretudo, aquela sensação de – aportuguesando a grafia – dejavú que senti no domingo, ao ver o meu Palmeiras bombardeando o Corinthians o tempo todo e... perdendo o jogo. Não houve como lembrar dos anos 80 ao ver o time com Gualberto na zaga, João Victor no ataque e um treinador limitadíssimo no banco. Enfim, tanto em relação à crítica ao filme quanto ao que pode acontecer na África do Sul e, sobretudo, em relação ao futuro do Palmeiras, quero estar redondamente enganado.
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