segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Papo de boteco


Seguinte, o Parmera perdeu do Curíntia porque Roberto Carlos foi expulso. Não houve um babaca no Parmera, após o terceiro minuto de paralisação para o mundo ficar olhando o Roberto Carlos de bracinho na cintura, capaz de tirar o carinha de campo. O cara ficou ensebando o suficiente até dar a senha do que viria em seguida: Curíntia na frente, 1 a 0, o estrelão expulso, os gambás invocariam um século de arranjos e desarranjos desse time desarranjado por natureza e recuariam todos eles, os 23 milhões, para a linha intermediária, a fim de dar prosseguimento ao que fazem desde 1917 – encher o nosso saco e, de vez em quando, ganhar de nóis de 1 a 0. Faltou o Marcão dar um pulo lá e falar pro cara, ó, meu, seguinte, vamo jogá, ta na hora docê saí, e por a bola em jogo e vamos que vamos. Roberto Carlos, estupefato, fincou pé e não saía de jeito nenhum, como se tivesse sido vítima da mais injusta intervenção da arbitragem desde 1910. Faltou alguém peitá-lo ali e impor respeito. O Parmera perdeu ali. Aurélio Albano, corintiano, mandou e-mail, claro, só que, antes de alugar, lembrou dum troço verídico: contra a Suécia, na semifinal ou quarta-de-final, sei lá, em 1994, nos EUA, Romário subiu depois da becaiada e meteu a classificação do Brasil pra dentro. Jorge Henrique fez parecido: subiu no segundo pau e testou pra baixo. Caixa. Mas lembrou Aurelinho que eu, passado, ficava repetindo a cada segundo o cabeceio do Baixinho e fazendo assim, esticando o pescoço pra cima na hora que Romário subia e testando pra baixo, no vazio, o gol salvador, para delírio do Robertinho Lisboa, bem antes da passagem dele como dono de bar. E o jogo foi aquilo o tempo todo: o Parmera assediando a linha de buldogues adversária, tentando encontrar uma brecha onde não cabia uma agulha. Quando adentrou, concluiu mal ou Felipe pegou bem. Roberto Carlos foi o nome do jogo. O cara, agora tenho certeza, é gambá desde que saíram nele os primeiros bigodes. Ele saiu do Parmera em 1995 vendido para a Inter de Milão e agora, quinze anos depois, volta ao Brasil e, na terceira partida do netorno, pelo Curíntia, é expulso com poucos minutos de jogo, faz um misancene danado e o time dele, o Curíntia, ganha. Em 95, na decisão, em Ribeirão, contra o Curíntia, na última partida dele pelo Parmera, ele me erra um pênalti. E o time dele, o Parmera, perde. Passa outra hora, Robeeerto Carrrlos.

4 comentários:

  1. a expulsão do cabra era pra amarelo. e zéfini.

    ResponderExcluir
  2. Fischão, pra comentar o desempenho do parmêra é melhor vc abrir uma conta no Twitter. Você acha que o Todo Poderoso vai tomar gol da porcada no centenário? Rumo ao bicampeonato invicto.

    ResponderExcluir
  3. É, my friend, a invencibilidade durou muito pouco. Espero que tenham melhor sorte na Libertadores.

    ResponderExcluir
  4. Rogê, do jeito que anda a crônica esportiva, está difícil assistir aos jogos na TV. No domingo, após a falta maldosa e a expulsão do Roberto Carlos, todos defenderam o cara. Mesmo com as imagens mostrando ele entrando descaradamente na falta e saindo com o pé alto. Aí fica fácil dizer que é líder (o que já não é... kkkkk. E o Palmeiras só não empatou o jogo porque errou demais. E quando tinha oportunidade, o goleiro adversáro pegava todas. Infelizmente não era para o Parmera.

    ResponderExcluir