domingo, 14 de fevereiro de 2010

Sonho meu

Belluzzo, chama o cara prum canto e diz o seguinte: “Muricy, poxa, meu, você é trabalhador, um cara gente fina, pedra 90, confiável, mas, convenhamos, não dá mais. Até achamos que o fato de seu pai ter sido palmeirense fanático poderia ajudar a “grudar” você aqui no Palestra, a criar uma identidade, sei lá, mas não deu, rapaz. A verdade é que você não se deu bem aqui - não ornou, como diz o pessoal do interior. Você está aqui já faz uns bons meses e, na boa, não vejo o seu dedo na equipe, não consigo discernir algo de seu trabalho. Aliás, vejo sim. Vejo uma defesa que não defende, um ataque que não ataca, um meio-campo que não articula. E olha que você pegou o time jogando redondinho com o Jorginho e depois de uma vitória de 3 a 0 sobre o Corinthians... Claro que não vou jogar toda a responsa nas suas costas, eu, como presidente, também sou responsável, mas, cara de Deus, pagamos o maior mico no ano passado. Contratei você achando que, naquela altura do campeonato, meu time só precisava de alguém que armasse uma boa defesa que o resto o Cleiton Xavier e o Diego Souza fariam, e o time seria campeão com um pé nas costas. Mas amarelamos, foi um vexame histórico. Perdemos um título ganho. Tudo bem, na verdade você pegou o bonde andando, o time do ano passado foi montado pelo Luxemburgo, dá pra dar um desconto. Mas começou 2010 e até agora nada. O time continua sem padrão de jogo, sem saber sair da defesa para o meio, do meio para o ataque. É só bola rifada, rapaz. Só ligação direta. O zagueiro pega ali atrás e bumba-meu-boi pra frente. Os alas pegam a bola e, quando acertam o cruzamento, não tem ninguém lá pra fazer gol, e quando pinta a chance o cara erra medonhamente. O time não tem alma, não tem coração. Pode até ter, mas, se tiver, é coração de bâmbi, não de porco. Você é bâmbi, Muricy. E não estou falando de maneira pejorativa, não. Você é sãopaulino. Dá certo lá, no Náutico, no São Caetano. Aqui é diferente. Aqui o buraco é mais embaixo. Pra dar certo aqui tem que ter alguma coisa de Osvaldo Brandão, de Filpo Nuñez, de Felipão, de Luxemburgo. Olhaí, desculpa, rapaz, vamos fazer um acerto aí, ninguém paga multa pra ninguém, e você sai na boa, portas abertas, sabe aquela coisa? Vai ser feliz, meu filho”.

Um comentário:

  1. Finalmente o sonho aconteceu....mas quanto sofrimento....
    meu \filho/ agora está felizzz.....eu também

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