quarta-feira, 2 de março de 2011

Travado

(Publicado nesta quarta-feira 03/03 no Jornal de Londrina)


O dia começara mal. Bracciola exagerou num alongamento e “espanou” um músculo qualquer pros lados da bacia. Resultado: ficou travado. Até as jogadas mais simples davam errado. Tentou cortar o zagueiro uma, duas, três vezes – e em todas a bola ficou com o adversário. As pernas não obedeciam direito, pareciam descalibradas. Dar um pique era motivo de sofrimento. Manja o Kaká depois da pubalgia? Então...

E assim transcorria a pelada de domingo no Vale do Rubi – uma lástima para o time sem camisa. Depois de receber o milésimo passe errado, tentou dar um bicão de desabafo e nem isso conseguiu; a bola aninhou-se numa touceira e não percorreu mais do que dois metros.

Saiu bufando de campo, sentou na sombra, tirou a chuteira e o meião e ofereceu a canela a milhões de pernilongos que aproveitaram o sol dos últimos dias para dar as caras. Seria o prenúncio de um Choque-Rei desastroso?

Com o Copo Sujo fechado, a turma foi tomar umas e outras no Bar do Edu, que, de tão democrático, tem até corintiano desfilando orgulhoso em carro verde. Bracciola tomou aquela meia dúzia de sempre até ser convidado para almoçar e ver o futebol com um casal de amigos. Ia rolar um empadão de camarão, tipo receita da vovó.

– Demorô!

Em frente à TV, Bracciola disfarçava a tensão dando risada ao ver o Morumbi se transformar num piscinão, com aquela chuva torrencial. E mais ainda ao ver o time do São Paulo perfilado para o Hino Nacional enquanto os palmeirenses se aqueciam no gramado. Provocação pura.

Quando Fernandinho acertou aquele pombo-sem-asa e abriu o placar, lembrou-se de Ticão, que, na época gloriosa do PSTC, quando todos louvavam Kleberson, dizia que tinha gente até melhor vindo aí... O empate, com Adriano Michael Jackson, mereceu uma senhora comemoração na sala do amigo.

Na segunda-feira, ficou sabendo da troca de “elogios”, via twitter, entre Alex Silva e Valdivia. E aproveitou para atazanar o amigo são-paulino Luís César, com um torpedo.

– Meu bambi querido, se precisar de ajuda pra escoar a água do Panetone e pra devolver a Taça das Bolinhas, tamos aih, é soh pedir.

Luis César achou melhor discutir isso cara a cara. No bar, é claro.

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