sábado, 21 de novembro de 2009

O basquete voltou

Graças a Deus, o basquete voltou em Londrina. Em grande estilo, aliás. Poxa, choveu pra caramba. Tempo ruim de sair de casa. Umas mil pessoas estavam no Moringão. Jogo perfeito: primeiro tempo com aplauso, segundo da virada e terceiro projetando o que não vai acontecer no quarto. Atrasado, subi a rampa na hora de algum ponto importante, pela gritaria. Fila. Comprei, entrei, terminou o primeiro quarto. 16 a 15. Peguei pela esquerda, fui direto ao bar. Neca de cerveja. Droga de mundo civilizado. Posicionei-me atrás da tabela, na altura dela. À esquerda, logo atrás do banco do Flamengo, dois caras, um com colete, passava uma fita torta à frente do parapeito. Era uma tentativa, tola, de afastar Paulinho da Bengala do banco carioca. Ele fala tudo pros caras. De supostas cornices ao apagão. Uma fita entre o parapeito e a primeira arquibancada. Que idiotice. Quando eles imaginaram que isso impediria o trabalho do Paulinho? Se tivessem jogado ele na primeira arquibancada, de cima para baixo, era capaz dele jogar o corpo à frente e esticar o pescoção até a fuça do adversário. Se eu fosse o adversário do Londrina no Moringão, pensaria seriamente em subornar o Paulinho. O jogo sem ele e com ele é completamente diferente. Para o adversário. Ele grita, xinga os caras o tempo todo. É grandão, e usa uma bengala. No Moringão antigo, sem os paredões atrás das tabelas, o círculo de arquibancadas completo, a bengala dele chegava dentro da quadra. Isso coincidiu com aqueles jogos nervosos anti-Oscar. A torcida com Moringão cheio era infernal. Eu não queria estar na pele dos caras. Reformataram o ginásio, ceifando parte da arquibancada - uma mordida atrás de cada tabela. O Paulinho não se conformava com a fita. Aproveitando que duas meninas, de três, quatro anos, brincando com a fita, passaram por ela, ele encostou na bengala na tira, que desmoronou. O cara mais grandão dos dois voltou e colocou a fita de novo. A coisa mais inútil do mundo. Vinte centímetros a mais ou a menos não é problema. Entregamos o segundo tempo. Voltamos para o terceiro titubeantes. O time do Londrina faz muitas jogadas bobas. Perde muitos pontos fáceis. Usam a bandeja e o jump para fazer um passe de dois metros. Aliás, viraram o passe. Qualquer passe é feito assim. E isso provoca muitas bolas para o adversário. E muitas cestas desperdiçadas. As falhas chegam a ser colegiais. Porém, sempre bem intencionadas, com empenho, vontade. Isso garantiu a empatia desse time com a torcida. Pela que vi hoje, ontem, enfim, uma hora e meia atrás, o time tem carisma semelhante às equipes de 96, 97, 98. Com o mesmo Enio Vecchi. Com ele, naquela primeira fase, a rigor, disputamos só sétimo e quinto lugar. Esse time pode não ser um time de ganhar o campeonato, mas uma hora e meia atrás ganhou do campeão brasileiro - e, ao que tudo indica, candidatíssimo ao bi. Ganhou com autoridade, escrespando no momento chave e resolutivo no momento crucial. Sinal de que tem muito a crescer - a começar evitando as cagadas juvenis. Mas eu dizia que tentaria subornar o Paulinho, e com isso correria um risco tremendo. Se desse uma chiquita, ele enrolaria bonitinho, colocaria fogo e acenderia o cigarro. Prejuízo moral certo para o sujeito ativo, que correria risco, ainda, de levar uns tabefes. O quarto tempo começou como de costume, naquele ar de indefinição total. É legal que um time chegue diante do outro, em casa, no último quarto, sempre em condições de vencer. Em especial, contra o campeão brasileiro, indiscutivelmente o melhor time do país, campeão sul-americano, sempre aguerrido, com o salário atrasado e o escambau. Empatamos o jogo faltando 6s, o Mengo reiniciou, Duda - que jogou no Londrina novinho de tudo, há uns 10 anos; ele é irmão do Marcelinho - chamou a responsa, fez o jump e perdeu o arremesso. Empate. Prorrogação. Lá e cá. Chegamos a ficar atrás, recuperamos. Na hora da onça beber água, os caras erraram um ataque e metemos quatro pontos de vantagem. Fizemos o que esse merda desse time do Palmeiras não fez no Brasileirão, sacou? Faltavam 23s. Mesmo que fizessem uma de três, sobrariam poucos segundos e teríamos a posse de bola. E levamos a falta. Dois arremessos. Perdemos o primeiro, fizemos o segundo. Cinco pontos. O mata-leão estava dado. Ippon. Zoeira total no ginásio. O basquete é muito legal. O pega vai sempre até o fim. Nóis gosta de basquete. Graças a Deus que o basquete voltou em Londrina.

3 comentários:

  1. O velho coração corintiano não deu conta de assistir esse jogo. ao passar pelo sportv pra ver se tinha um jogo de futebol da décima divisão da Nova Zelândia eis que, não creio, é o moringão e é Londrina x Flamengo. nossom time abrira seis pontos de vantagem e o moringão do dalton paranagua urrava. o técnico urubu pede tempo para esfriar a garotada do argenteo enio vechi (nunca fui fã do estilo, sempre preferi o jeito medalha) e não deu outra o mengo empatou o jogo em dois ataques. mudei de canal. só fiquei sabendo do resultado na terça-feira ao ler a matéria do JL sobre o time.
    na próxima acho que vou arriscar uma ida ao moringão com a Marina, Maria Clara & Giovanni. antes, porém, vou checar se o Maionese Vilches também comprou ingresso e um par de meias de lâ.

    mario fragoso

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  2. Já consultei a tabela, camarada Fragoso. Domingo, dia 6, 11 da manhã, contra... Franca! Neste final de semana o time faz dois jogos em SP.

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  3. Hum, Franca... Hélio Rubens pai, filho e espírito santo... sei não.

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