quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Aquele abraço

(Publicado na quarta-feira 5/1 no Jornal de Londrina)

Segundona braba, Moitinha convidou Bracciola e Luís César para um rasante no aeroporto de Londrina a fim de ver a chegada do Flamengo. Estranharam o convite do amigo corintiano.

– Vamos fazer o quê lá? Só vai ter flamenguista...

– Quero dar um alô para o mestre Luxa. O cara anda meio em baixa, falando em reciclagem, sabe como é... Nessas horas que a gente deve demonstrar gratidão.

E foram. Esperaram até uma e pouco da manhã. O pessoal desembarcou, Moitinha furou o cerco e deu aquele abraço no treinador. Bracciola e Luís César ficaram só de botuca, comentando sobre o amistoso que o Mengão fará domingo à tarde com o Londrina velho de guerra, após os primeiros dias de pré-temporada.

Horas depois, já de tardezinha, à espera do jogo de vôlei, os diabinhos tomavam umas e outras na Jorge Velho, a caminho do Moringão, quando Moitinha relembrou a passagem vitoriosa de Luxemburgo pelo Timão, em 98 – no ano seguinte, ele assumiu de vez a seleção.

Bracciola também lembrou com carinho de Luxa, bicampeão brasileiro e paulista com o Verdão em 93/94, e o título paulista de 96. Mas as duas últimas passagens do “profexô” pelo Palmeiras – em 2002 e 2009 – foram “de lascar”, criticou.

Luís César disse que o São Paulo se orgulhava de nunca ter contratado Luxemburgo, “que não combina com a filosofia do clube”. Puro despeito, Bracciola pensou – mas não falou.

Moitinha voltou à carga, lembrando que há exatos onze anos, em janeiro/fevereiro de 2000, os corintianos de Londrina estavam particularmente agitados, porque, na cidade, Luxemburgo treinava e comandava a seleção sub-23 que, com Alex e Ronaldinho Gaúcho, venceu o Pré-Olímpico.

Enquanto isso, em São Paulo e no Rio, o Corinthians – comandado por Oswaldo de Oliveira, auxiliar e sucessor de Luxemburgo – disputava e vencia o primeiro Mundial de Clubes da Fifa.

– A Taça Rio foi muito mais importante - apimentou Bracciola, evocando aquele que os palmeirenses consideram o verdadeiro primeiro mundial de clubes.

Daí o pau quebrou na mesa do Zuppa. Sobraram cobras e lagartos. No fim, até esqueceram do jogo de vôlei. Mas não de combinar o programa de domingo à tarde. Para ver Luxemburgo? Flamengo? Não. Para rever o Londrina. E o Estádio do Café. Que saudade...

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