(Publicado na quarta-feira 22/12 no Jornal de Londrina)
Sem ter o que comemorar neste final de temporada sem títulos e, pior, sem vaga na Libertadores, o que não acontecia com o São Paulo havia um bom tempo, o diabinho Luís César acordou um tanto quanto macambúzio no último sábado.
Ainda estava com vontade de esganar o amigo Bracciola por conta daquela história da CBF em equiparar o Robertão e a Taça Brasil com o Campeonato Brasileiro, o que transformaria Santos e Palmeiras em octacampeões nacionais.
– Esse povinho vive de passado. E gosta mesmo é de um tapetão.
Do purgatório, resolveu dar um pulo em Londrina. Passeou pelo Mercadão do Shangri-lá, escolheu uma bela manga bourbon no Furuta, esticou para o centro, curtiu a mulherada bonita no Calçadão, comprou jornais, passou no sebo da Maranhão, pagou seis pilas por uma história completa do Tex.
Já passava das duas quando decidiu almoçar por aqui mesmo. Entrou no Rodeio, pediu um filé da casa, trocou umas palavras com o Arlindo no caixa. Quando o Nelson trouxe o tira-gosto, viu na TV que estava pra começar Inter de Milão x Mazembe, do Congo. Em jogo, o título mundial da Fifa.
– Ah, que saudade - suspirou, em silêncio.
Para fazer a digestão, saiu a caminhar pela cidade. A caída da noite o pegou próximo do Moringão. Pagou deizão e entrou para ver, pela primeira vez, o time de vôlei. O Santo André não impunha muita dificuldade. De Paula, Honoré e Gaúcho cravavam uma atrás da outra na quadra adversária.
Sem mais nem menos, veio à cabeça o jogo do Mundial na TV. Daí, ao folhear o jornal, se tocou que era 18 de dezembro. O dia do tricampeonato mundial. O dia em que o São Paulo bateu o Liverpool e levantou mais uma taça. Enquanto saboreava um saquinho de pipoca doce, passou a lembrar daquele jogo memorável de cinco anos atrás.
Lembrou do passe de três dedos do craque... ahã... Aloísio para o gol de Mineiro. Do segundo tempo sufocante dos ingleses. Das defesas extraordinárias de Rogério Ceni. Da festa em Yokohama. Da recepção aos jogadores. Dos títulos de 1992 e 1993, sob a batuta do mestre Telê, contra Barça e Milan.
– Ano que vem já vamos ganhar a Copa do Brasil para não depender do Brasileirão - pensou Luís César, em relação ao torneio que garante vaga na Libertadores e que, para o São Paulo, começa no dia 16 de fevereiro. Em Campina Grande, contra o Treze.
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