terça-feira, 14 de junho de 2011

Cabaré

(Publicado nesta quarta-feira, 15/06, no Jornal de Londrina)


Com o JL na mão, Bracciola entrou na fila domingo de manhã, no Royal, a fim de comprar ingressos para o Cabaré do FILO. Consumidor esporádico de teatro, quando pinta o Festival Internacional de Londrina ele fica mesmo é na expectativa do Cabaré, o braço musical do FILO, que sempre trouxe bons artistas para shows em locais descolados e a preços civilizados.




Todo ano, porém, é a mesma coisa: nunca se sabe se vai ter Cabaré ou não. Invariavelmente rola. Ano passado não rolou. Por isso, Bracciola correu para a fila quando tomou conhecimento do início da venda dos ingressos. Nem sabia quem viria. Ficou sabendo na fila, ao topar com a Turca, uma jornalista com quem – como diria Odorico Paraguaçu – teve um teretetê anos atrás.



Vem aí uma turma, revelou a Turca, de responsa: Wilson Simoninha, Martinho da Vila, Erasmo Carlos, Nando Reis, Eduardo Dusek, Arnaldo Antunes. Como a grana anda mais curta que coice de porco, Bracciola se viu com dinheiro para no máximo dois espetáculos. Eliminou Nando Reis de cara.



– Esse aí é um bambi desqualificado.



Surpreendeu-se, porque, na verdade, jamais condicionara a preferência musical com o clube do coração. Na juventude, curtiu muito Ultraje a Rigor, liderado pelo são-paulino Roger. Até hoje, nos churrascos em casa com a rapaziada, ouve “Nós vamos invadir sua praia” até furar o vinil.



Acabou optando pelo Tremendão – que ele sabe ser um vascaíno histórico – e Arnaldo Antunes, que, diz a lenda, torce para o Cosmos, de Nova Iorque. Comentava sua decisão com Luís César e Moitinha ontem no Bar da Keiko quando, num estalo, se tocou de que o Simoninha é – como ele – palmeirense até debaixo d’água.



Lembrou que o filho de Wilson Simonal, ainda guri, em São Paulo, morou um ano no hotel onde o Palmeiras se concentrava. Levado aos treinos por César Maluco, centroavante da Segunda Academia, virou torcedor fanático do Palestra. E que o cara sempre homenageia o Verdão em seus shows.



Pintou aquele arrependimento. Pra piorar, aquela gata que ele vem cevando há séculos disse ao Luís César que não perde o show do Simoninha de jeito nenhum. Com cara de pidoncho, mirou o colega são-paulino, que rebateu de primeira:



– Também tô liso. Não vem que não tem!

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