quarta-feira, 22 de junho de 2011

Piadas

(Publicado nesta quarta-feira, 22/06, no Jornal de Londrina)



– Como se fala topless em chinês?

– Sei lá eu...

– Xen-chu-tian.

Luís César estava impossível ontem no bar do Quinin, o Copo Sujo, no Jardim Bancários. Certamente recebeu um daqueles e-mails cheios daquelas piadas repletas de trocadalhos do carilho – e, pelo jeito, fez questão de decorar umas vinte para atazanar o Moitinha.

Na falta de alguém para alugar, já que todo mundo se dera bem na rodada, inclusive o Londrina campeão, resolveu encrespar com o amigo corintiano. Uma espécie de desforra, depois de ter ficado quatro anos sem ganhar do Curíntia, jejum que acabou graças àquele 100º gol do Rogério Ceni.

Sem falar que domingo agora o São Paulo – líder disparado do Brasileirão – pega justamente o Curíntia. Numa dessas que, vira e mexe, o são-paulino sacava uma piada infame da cartola. Fazia a pergunta e, diante do silencioso desprezo do colega, ele mesmo respondia.

– Como as enzimas se reproduzem?

– Fica uma enzima da outra.

E caía na gargalhada, enquanto Moitinha, fingindo que não era com ele, bebia cerveja em goles generosos e atacava o amendoim japonês da mesa.

Escanteado, Bracciola passou todo o tempo avoado, como se estivesse longe dali. Pensava, na verdade, naquele rasgo de papel que catou no canteiro da Henrique Mansano, no domingo.

Foi um grande achado, aquele. Amenizou sobremaneira a caminhada que teria de enfrentar da caixa d’água da Sanepar até a rampa do Estádio do Café. Um pedaço de catálogo de peças íntimas femininas mostrava uma morena que, embora não fosse “a sua” Camila Pitanga, deixaria qualquer marmanjo de queixo caído.

Como encontrou aquele pequeno de papel nem ele sabe. Coisas do destino. Ou vai ver é igual ao tio, César Cheruti, que nos bons tempos do Bar do Vicente dizia ter um radar de nascença que apita sempre que alguma beldade – tipo Luana Piovani – se aproxima de seu raio de ação.

Bracciola ainda viajava na imagem daquela morena de cabelos “negros como a noite que não tem luar”, como na canção de José Fortuna, quando Luís César atacou novamente, para desespero definitivo de Moitinha.

– Por que o jacaré tirou o jacarezinho da escola?

- Porque ele réptil de ano.

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