domingo, 18 de abril de 2010

My friends

(Artigo para o Em Dia, de Echaporã-SP, do bro Bruka Lopes)

Tenho um amigo chamado Jaime. Um grandissíssimo boa praça. Trabalhamos juntos na Unopar. Eu, na assessoria de imprensa; ele, até hoje, no setor de informática. Encontrei-o ontem – escrevo neste domingo, 18 de abril – no show do Arnaldo Antunes e do Scandurra, em Londrina. Legal encontrar amigos assim, que ficam verdadeiramente felizes em te ver. Deve ter mais de 1,90 metro, o Jaimão. Batemos um papão. Ele estava com a esposa e um casal de amigos. Eu, de boa, solteiro. Nos despedimos logo depois dos artistas entrarem no bar. Sim, era um bar, com um palco e um mezanino. Legal show assim, em que os artistas entram como se fossem clientes, as pessoas vêem e os saúdam. Retribuíram, depois, com um showzaço. Parece que o negócio do Jaime é trampar em universidades. Antes da Unopar, trabalhou na Unipar, de Umuarama, lado a lado com a Graça Milanez que, não sei por que, não foi à festa “Eu sei o que você fez em 1984”, porque avisada foi – pelo Jaime, que viu no meu blog uma foto dela em grupo no antigo Buraquinho, de tantas histórias, da UEL. Arnaldo Antunes (cabeça-dinossauro do Titãs) e Edgard Scandurra (guitarrista do Ira!) tocaram no Vitrola Bar no dia em que Roberto Carlos homenageou a mãe num show em Nova Iorque sem saber que Lady Laura havia morrido poucas horas antes, no Rio de Janeiro.

Tenho um amigo chamado Briguet. O filho dele nasceu anteontem – escrevo neste domingo, 18 de abril – às 11h55 no Hospital Evangélico. Fui visitá-los no dia seguinte. Era para ser parto normal, tudo encaminhava para isso, mas Pedro Henrique completou 40 semanas na barriga da Rosângela e teimava em não sair. Rô, então, foi pra cesária, e PH nasceu bem, três quilos e tanto, beleza pura. Rosângela e Briguet sonecavam quando cheguei. Briguet foi meu repórter – engraçado isso, “meu” repórter – quando eu editava o Local da Folha, há uns 15 anos. É palmeirense como eu, meio cabeça dura politicamente como eu, é muito melhor jornalista que eu. É cronista. É escritor. Além de um docinho delicioso, ganhei também, na visita, um pequeno livro, de 63 páginas, que Paulo Antônio Briguet Lourenço escreveu, em segredo, e mandou imprimir, em segredo, com poemas para saudar o nascimento do filho. “Cantigas de nascer” foi feito para presentear quem fosse visitá-los no dia do nascimento. Na contracapa, uma trovinha que dá a medida do recheio: Falem baixo, por favor/que o Pedro está dormindo/Falem baixo, ele chegou/Chegou e já é bem-vindo. Se PH incorporar a beleza da mãe e a galhardia do pai, já terá valido a pena. Na saída, disse baixinho, ao pé da orelha, que o homenagearia com dois gols – um com cada perna – na pelada na casa do Cacá. Pedrão, sábado que vem eu cumpro a promessa. Orson, pra variar, errou 99% das assistências. O Orson ainda me mata de raiva.

Tenho um amigo chamado Cabeça. Claro que o nome dele não é esse. Ele se chama Henri Júnior, nome que veio do pai, o Francês velho de guerra. Henri vai ser homenageado amanhã – escrevo neste domingo, 18 de abril – em Maringá. Dará nome à Sala de Imprensa da Sociedade Rural. Ivan Amorin pediu que eu escrevesse algo para ser lido por um mestre de cerimônias no ato da inauguração. Vai te lascar, zé. É responsa demais. Vou marcar presença e ficar em resignado silêncio. Cabeçudo mora no céu. Nos deixou antes dos 30, depois de uma luta heróica contra um câncer no cocuruto. Ele brincava com aquele buraco no alto da cabeça. Pedia pra gente passar a mão. Cabia uma bola de sinuca naquele buraco. Se fosse escrever algo, elogiaria a iniciativa da Sociedade Rural e recomendaria aos vereadores de Maringá que dessem o nome dele a alguma avenida, de preferência bem grande e importante, onde, com certeza, se dependesse do Cabeça, só circulariam lealdade, carisma e camaradagem, no último grau.

4 comentários:

  1. Rogê, bonita homenagem aos seus amigos.

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  2. É sempre bom (re)encontrar amigos e tomar pelo menos UMA! Que bom que gostou do show, o Scandurra sempre me surpreende com seus riffs e agora um BUMBO, que vc. mesmo cantou a pedra numa conversa anterior.
    Grande abraço broda! Obrigado pelas boas palavras!

    Jayme Ayres

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  3. cansei de deixar o orso na cara do gol. e ele sempre cesar cielo: nada!

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  4. Obrigado, Rogê. Emoção pura. Só não concordo com a parte sobre jornalismo. Abração.

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