terça-feira, 6 de abril de 2010

Velharias

Bem, vamos falar da festa, então. Antes de mais nada, posto aqui, de uma vez só, o restante das fotos que eu pretendia postar em pílulas durante a semana, mas a correria de trabalho não deixou. Entonces, publico as fotos velhas à espera das novas, que a Carina clicou e está baixando a resolução para não pesar demais.


Nessa aí de cima estamos eu e Cris Agostinho no corredor do CECA, provavelmente perto do cafezinho do tio. Na parede, cartaz do "Abram os livros que o professor sumiu", acho que uma chapa que disputou o CA. O DCE acho que não era. Para o DCE nós articularmos a VACA (Vamos Conquistar Autonomia), que bateu a chapa da direita do CESA e venceu a eleição na última urna. Na época dessa foto aí eu nem imaginava em namorar, muito menos em casar, muito menos ainda em ter uma filha com a Cris. Resumindo: a Natália faz 14 anos agora em maio. A Cris era duma turma um ano, um ano e meio à frente da nossa. Andava com a turma odara: Texugo, Jogó, Jersey, Fredão, Riba, Sandrão et caterva. Não saía do Clube da Esquina. Começamos a namorar após uma luta do Tyson, que assistimos no Bar do Jota. Ficamos nove anos juntos. Quando saímos da república da Paraíba 322 para uma casa privativa, fomos morar na Rua Taubaté, no Jardim Vera Liz, a poucos metros da antiga Belon, na outra ponta da mesma rua onde nascia o Jornal de Londrina. 1989.


Isso aí é 1984, 1985. Estamos na parte térrea da república da Paraíba 322. Esse fiót caixara-de-fórfi era do Adilson, amigo de Guará, que fazia Odonto. Embaixo, a madeireira Paroschi. Morávamos no sobrado que estava imediatamente à nossa esquerda. Quatro quartos, um banheiro, uma sala e uma cozinha ignorante de grande. Estou aí com a camiseta do Macrô, nosso bloco carnavalesco em Guará, em homenagem à dieta que fez o Carlinhos, meu primo, perder umas cinco arrobas. Estou ladeado pelo Loyolla, de Guaíra, e por Helder Vilela, o Helvil, de Tamarana. Sim, Loyolla apareceu na festa. Helder viu os posts abaixo, se emocionou, mas não pode sair de Goioerê. Na foto, batida não sei por quem, Loyolla faz gracinhas, bem ao seu estilo; Helvil, idem. Isso aí é Paraíba quase Mossoró. Descendo a Mossoró 50 metros, ficava a linha férrea desativada, hoje Leste-Oeste. Seguindo a Paraíba 50 metros adiante, o Hotel Paraíba, o pulgueiro a que me referi no post sobre o níver do Osmaníaco. Na frente da república, a pensão da dona Ana, onde ganhei 30 quilos em um semestre e meio. À esquerda, o SESC da Fernando de Noronha e, um pouco mais à frente, na esquina com a Benjamin, a antiga HM, que ainda funcionava - hoje é um templo do Edir Macedo.


Nessa aí estou fazendo pose para uma foto de Josias Barrozo, a pedido da Carla Sehn, que já trabalhava no extinto Paraná Norte. Era a Redação do PN. Não sei se havia ido visitá-la ou tinha ido conversar com o Jogó que tinha me oferecido emprego. Carla era uma das mais jovens da turma de 1984/1. Entrou na faculdade aos 17 anos. Filha mais velha de Enio Sehn, naquele tempo dono de apenas um Dá Licença - o do Calçadão, aquele pequenininho, porém o mais tradicional. O segundo, o da João Cândido, ele abriria - ou reativaria - logo depois. Lembro que chamava a atenção um baita caldeirão de ferro pendurado na entrada. Hoje a Carla, o Wider (marido dela) e o Eninho cuidam de uma rede de restaurantes, incluindo um rural, onde a turma descansou, no domingo, da festança de sexta e sábado. Eu, trampando na assessoria da Expo, fiquei de fora.

Essa aí deveria ser proibida para menores de 40 anos. O jeitão de todos - em especial o meu, encostado na parede, o do Dirceu, olhando o infinito, e o do Loyolla, em posição suspeitíssima à mesa - fala mais do que mil palavras. Berenice lê jornal alheia às presepadas reinantes. Jacaroa, namorado do Loyolla Jacaré, está sentada na janela, quatro metros acima do calçada da Paraíba. Esse quarto era o meu. Ou estávamos numa festa ou, mais provável, numa tarde de sábado. Enfim, era tudo a mesma coisa.


Essa aí foi tirada em Ponta Grossa, onde participamos de um Congresso Estadual de Jornalismo em 1986, talvez 87. Foi na UEPG, de onde veio Preto, o Ranulfo, hoje editor de Cultura do JL. Estão na foto Cláudia Romariz, Vânia Novelli (que esteve na festa com o marido italiano Alfredo e a filha Janaína) e a Denise Sacco, que não veio nem respondeu aos inúmeros e-mails disparados pela turma toda. Denise era política pra caralho. No primeiro ano de faculdade, me carregou para Assis, onde haveria um Congresso de Sociologia com Florestan Fernandes e FHC (então com aquelas olheiras horríveis). Se a laje da faculdade e as salas de aula da Unesp falassem... Logo depois Denise me arrastou para São Paulo, onde o irmão mais velho dela detinha um cargo de relevância no PT paulista. Saímos os três uma noite, duros. Fomos comer uma pizza. Era uma pizzaria da moda. Talvez lembre o nome antes de terminar o texto. Era parecido com Boreluccio, mas essa é de Londrina. Como tínhamos dinheiro apenas para uma pizza, pedimos uma com borda recheada - uma novidade para nós, do sertão. Vocês precisavam ver a cara do garçom quando pedimos catchup e maionese. Todos nos olhavam. Aquilo era um acinte. Mas trouxeram. E nos refestelamos. Fomos a um encontro do PT. Todas aquelas figuras carimbadas do primeiro time estavam lá. O PT discutia, na época, se seguia pela via eleitoral ou descambava para a luta armada. Sério. Era uma época em que sonhávamos construir algo diferente no que se refere ao jeito convencional de fazer política. Desculpem, mas não deu. E eu não lembro o nome da pizzaria.

Um comentário:

  1. deve ser a mesma pizzaria que eu vc e a gio comemos na consolação. vc contou essa história.
    grande abraço

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