No Esporte Espetacular, a Globo contou a história de Santos 7 x 6 Palmeiras, de 1958, através de imagens localizadas pelo cineasta Anibal Massaini. Grande matéria, exibida no dia em que o Santos de Robinho e Neymar, já comparado com o de Pelé, enfrentaria o Palmeiras na Vila, em partida que prometia emoções.
Lembro que quando trabalhava na Folha de Londrina, sob a batuta de Isnard Cordeiro, nossa obsessão era de que o título que déssemos a uma apresentação de jogo se confirmasse no dia seguinte, e melhor ainda se o personagem que escolhêssemos para a foto fosse decisivo para o placar. Servia para provar que nossa intuição estava certa. Era um tipo de auto-afirmação para jornalistas esportivos, uma "prova" de que entendíamos do assunto. Foi isso que a Globo fez: resgatou um belo jogo no dia de um belo jogo que se prenunciava.
Lembrei de Isnard semanas atrás, quando o Palmeiras enfrentou o Botafogo em Ribeirão Preto e, pela TV, vi uma faixa de palmeirenses de Miguelópolis, onde ele nasceu. Saudades, Cordeiro. Mas, enfim, a Globo contou, muito oportunamente, a história daquela partida de 1958, em que o Palmeiras saiu na frente, o Santos virou, o Palmeiras empatou mas o Santos abriu a caixa de ferramentas e encerrou o primeiro tempo com 5 a 2 no placar.
Daí parece que a bronca de Osvaldo Brandão no vestiário funcionou e o Palmeiras, aos 34 minutos do segundo tempo, decretava um inacreditável 6 a 5, quando Pepe marcou dois e estabeleceu o lendário 7 a 6. Para Pepe, vivinho da silva e lúcido como sempre, foi o jogo mais emocionante produzido pelo futebol brasileiro. Há registro de cinco mortes por síncope do coração durante a partida.
Disso também é feito um campeão mundial de verdade, viu, ô, mané, e não só com timbres da Fifa. Muito melhor um feito desses - mesmo com derrota - do que um título ganho num jogo só com gol de gazela.
Bem, desabafos à parte, bem que a Globo poderia ter emendado com a decisão do Paulistão do ano seguinte. Tudo bem que a pauta era baseada nas raras imagens encontradas por Massaini, autor de "Pelé Eterno", mas a final de 1959, no seu conjunto, além da proximidade de datas, foi tão ou mais emocionante que o lendário 7 a 6 do ano anterior.
Santos de Pelé e Palmeiras terminaram o torneio - disputado em pontos corridos - iguaizinhos na tabela de classificação, o que obrigou a FPF a determinar jogos extras, que ficaram conhecidos como Supercampeonato. Primeiro jogo, 1 a 1. Segundo, 2 a 2. No terceiro, Pelé abriu o placar, mas Julinho e Romeiro viraram. Desta vez não foram registradas mortes. Só alegrias.
O Palmeiras, a quem o futebol brasileiro reservou tantas tarefas, acaba de dar mais uma grande contribuição a ele: um banho de humildade nos meninos da Vila. Afinal, precisaremos deles em 2014.
***
Se parávamos o Santos de Pelé, por que não pararíamos o Santos de Neymar?
***
Se parávamos o Santos de Pelé, por que não pararíamos o Santos de Neymar?
***
Ganhar do Santos foi fácil; difícil mesmo foi ganhar do Sertãozinho.
o melhor jogo da temporada.
ResponderExcluira dancinha dos parmerenses no empate foi o maior desabafo que vi.
se cada vez que ganhassemos do santos valesse um titulo mundial... o morumbi não caberia mais taças. acorda fischereco e larga mão dessa história. essa sua queixa é a mesma coisa que eu reivindicasse o titulo da comembol como libertadores, pois o torneio contou com grande clubes da america do sul. leu um textinho do giorgetti e fica parecendo pianista de um dedo só: só toca a mesma tecla.
ResponderExcluirFala sério. Pegaram uns coitadinhos ontem heim!
ResponderExcluir"O time que peitava o Santos de Pelé": só mais um título, além o da Copa Rio, que os bâmbis nunca terão. Nem em sonho.
ResponderExcluirhahahhaha vc tá brincando que acha que eu ligo de não ter copa rio? hahaha não tenho 70 anos rogê hahaa
ResponderExcluirCarái, e o post sobre o Loiola? Vamos ao que interesssa, a urgência urge!
ResponderExcluiro loyola era o único cara no mundo que conseguia dar uma bola antes de dormir e soltar só no outro dia quando acordava.
ResponderExcluire tenho dito!!