segunda-feira, 15 de março de 2010

4 a 3, 1958 e o Supercampeonato


No Esporte Espetacular, a Globo contou a história de Santos 7 x 6 Palmeiras, de 1958, através de imagens localizadas pelo cineasta Anibal Massaini. Grande matéria, exibida no dia em que o Santos de Robinho e Neymar, já comparado com o de Pelé, enfrentaria o Palmeiras na Vila, em partida que prometia emoções.

Lembro que quando trabalhava na Folha de Londrina, sob a batuta de Isnard Cordeiro, nossa obsessão era de que o título que déssemos a uma apresentação de jogo se confirmasse no dia seguinte, e melhor ainda se o personagem que escolhêssemos para a foto fosse decisivo para o placar. Servia para provar que nossa intuição estava certa. Era um tipo de auto-afirmação para jornalistas esportivos, uma "prova" de que entendíamos do assunto. Foi isso que a Globo fez: resgatou um belo jogo no dia de um belo jogo que se prenunciava.

Lembrei de Isnard semanas atrás, quando o Palmeiras enfrentou o Botafogo em Ribeirão Preto e, pela TV, vi uma faixa de palmeirenses de Miguelópolis, onde ele nasceu. Saudades, Cordeiro. Mas, enfim, a Globo contou, muito oportunamente, a história daquela partida de 1958, em que o Palmeiras saiu na frente, o Santos virou, o Palmeiras empatou mas o Santos abriu a caixa de ferramentas e encerrou o primeiro tempo com 5 a 2 no placar.

Daí parece que a bronca de Osvaldo Brandão no vestiário funcionou e o Palmeiras, aos 34 minutos do segundo tempo, decretava um inacreditável 6 a 5, quando Pepe marcou dois e estabeleceu o lendário 7 a 6. Para Pepe, vivinho da silva e lúcido como sempre, foi o jogo mais emocionante produzido pelo futebol brasileiro. Há registro de cinco mortes por síncope do coração durante a partida.

Disso também é feito um campeão mundial de verdade, viu, ô, mané, e não só com timbres da Fifa. Muito melhor um feito desses - mesmo com derrota - do que um título ganho num jogo só com gol de gazela.

Bem, desabafos à parte, bem que a Globo poderia ter emendado com a decisão do Paulistão do ano seguinte. Tudo bem que a pauta era baseada nas raras imagens encontradas por Massaini, autor de "Pelé Eterno", mas a final de 1959, no seu conjunto, além da proximidade de datas, foi tão ou mais emocionante que o lendário 7 a 6 do ano anterior.

Santos de Pelé e Palmeiras terminaram o torneio - disputado em pontos corridos - iguaizinhos na tabela de classificação, o que obrigou a FPF a determinar jogos extras, que ficaram conhecidos como Supercampeonato. Primeiro jogo, 1 a 1. Segundo, 2 a 2. No terceiro, Pelé abriu o placar, mas Julinho e Romeiro viraram. Desta vez não foram registradas mortes. Só alegrias.





O Palmeiras, a quem o futebol brasileiro reservou tantas tarefas, acaba de dar mais uma grande contribuição a ele: um banho de humildade nos meninos da Vila. Afinal, precisaremos deles em 2014.

***

Se parávamos o Santos de Pelé, por que não pararíamos o Santos de Neymar?


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Ganhar do Santos foi fácil; difícil mesmo foi ganhar do Sertãozinho.

7 comentários:

  1. o melhor jogo da temporada.
    a dancinha dos parmerenses no empate foi o maior desabafo que vi.

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  2. se cada vez que ganhassemos do santos valesse um titulo mundial... o morumbi não caberia mais taças. acorda fischereco e larga mão dessa história. essa sua queixa é a mesma coisa que eu reivindicasse o titulo da comembol como libertadores, pois o torneio contou com grande clubes da america do sul. leu um textinho do giorgetti e fica parecendo pianista de um dedo só: só toca a mesma tecla.

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  3. Fala sério. Pegaram uns coitadinhos ontem heim!

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  4. "O time que peitava o Santos de Pelé": só mais um título, além o da Copa Rio, que os bâmbis nunca terão. Nem em sonho.

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  5. hahahhaha vc tá brincando que acha que eu ligo de não ter copa rio? hahaha não tenho 70 anos rogê hahaa

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  6. Carái, e o post sobre o Loiola? Vamos ao que interesssa, a urgência urge!

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  7. o loyola era o único cara no mundo que conseguia dar uma bola antes de dormir e soltar só no outro dia quando acordava.
    e tenho dito!!

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