terça-feira, 30 de março de 2010

Eu sei o que você fez em 1984 - II




Tô na roça, daqui a pouco tem reunião do sindicato, mas dá tempo de postar mais duas fotos de antigamente. Nem imagino o autor delas. Para postá-las, contei com o auxílio luxuoso de Ivo Akio, que as escaneou. Na pressa, nem permiti que ele desse aquele trato photoshopístico. Foi na crua mesmo. O que sei é que foram feitas na república da Paraíba 322. Na primeira foto, estamos eu, Berenice e Dirceu. Um guaraense, dois andradinenses. Dirceu e eu morávamos lá; Berê não saía de lá, seja em visitas esporádicas, seja como presença garantidas nas festas quase semanais que se tornaram famosas em todo o complexo CECA-CCH. Berê retraída, tímida como sempre, até mais do que eu - difícil, hein... Dirceu fazendo macaquices. Pelas vestimentas, estávamos no inverno. Deve ter sido o de 1985. Em 1984, quando chegamos a Londrina, minha mãe colocou na mala uma manta de algodão que meu pai tinha ganho de presente de Benjamin Curi, tradicional plantador de algodão da Alta Mogiana. Para ela, o Paraná era a terra da geada, e o filhinho tinha de ficar bem agasalhado. Pois bem, chegou o inverno de 1984 e... necas. Passou batido. Foi como se não existisse. Ligava para casa e falava: "Mãe, aqui é que nem aí...", referindo-se à tórrida região de Ribeirão Preto. Foi como se o dono do tempo dissesse: "Ah é, é..." Pois no inverno seguinte nós tínhamos que cortar a resistência do chuveiro e deixar a torneira de forma a sair só um filete para que a água descesse minimamente quente. Que frio do caralho! Dirceu Herrero Gomes vive em Maringá há vinte e tantos anos, com a Regina Daefiol, também daqui. Berê engravidou no segundo ano de faculdade e vazou. Está, segundo a Cláudia Romariz, outra conterrânea, em São José do Rio Preto. Na foto de cima, eu com Helder Vilela e Vânia Novelli. Vânia é de Ibitinga, onde hoje mora minha filha, e era a turma 84/1, como nós. Helvil foi incorporado à nossa turma, pelas qualidades que dispunha: bom humor e uma sede industrial. Helvil é de Tamarana, do tempo em que Tamarana era distrito de Londrina. Conheci a casa dele, o seu Messias. Hoje está em Goioerê, e acho que nem está sabendo da presepada que iremos aprontar nesse final de semana. Se alguém puder avisá-lo, tenho certeza de que virá. Vânia é presença garantida, como já deixou claro em e-mails. Está em São Paulo, acho que na área de publicidade. Estava ao lado dela quando virei jornalista de verdade. A parada foi a seguinte. Ao sair de uma aula, no início do terceiro ano, estávamos juntos quando fomos abordados pelo Jogó - um veterano que, anos depois, viria a ter um filho com ela. O fato é que o Jogó veio com um papo de que já havia lido algo meu em um jornal não sei do que - eu dizia que não. Então tinha sido não sei aonde - e eu negava. Até que lá pela quarta ou quinta tentativa ele tascou: "Você quer trabalhar no Paraná Norte?" O famoso PN, produto regional lançado pela Folha de Londrina em 1986 para, mais uma vez, sufocar a tentativa de criação de um segundo jornal na cidade, estava precisando de uma segunda leva de focas depois que a primeira já começava a debandar. Fui, fiquei um mês, até tirei uma foto com a Carla Sehn - que depois publico - mas não rolou contratação porque, segundo o Jerê me comunicou, a direção não havia liberado contratações, embora o jornal estivesse necessitando. Não deu em setembro de 1986, mas aconteceu em janeiro de 1987, quando também levei o Dirceu, que inaugurava ali sua carreira. As duas fotos acima foram feitas na república, como já disse, república das festas. Mas essa é outra história.

Um comentário:

  1. Pô, Magrão!
    Fiquei emocionado com essas lembranças!
    Infelizmente não voi estar em Londrina neste feriado, mas as lombrigas se assanharam de vontade de estar aí.

    abraços

    Helvil

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