quinta-feira, 24 de setembro de 2009

A falha nossa de cada dia


Tudo bem, ganhamos do Cruzeiro, vitória importante, fora de casa, jogo nervoso, jogaço, aliás, nos isolamos na liderança, mas palmeirense que é palmeirense não pode deixar de dar umas cutucadas no time, mesmo na fase boa. Por isso, vos digo: se o Palmeiras for campeão com esse Marcão, vou me convencer, então, de que o futebol brasileiro está mesmo uma merda. Sim, é possível montar grandes times com alguns jogadores apenas medianos. É até bom tê-los na equipe - dá um equilíbrio necessário para um esporte tão imponderável como o futebol. Na máquina de 93/94, o lateral direito era Cláudio, ruim de dar dó. Atualmente, temos Wendell e Armero cumprindo esse papel. Mas são jogadores que se encaixam num grande time, fazem a deles, sem brilho, mas, pelo menos, ocupam a posição sem comprometer, enquanto os craques dão conta do recado. Com Roberto Carlos na esquerda e Antônio Carlos na zaga, era possível ter um Cláudio no time. Mas, até que me provem o contrário, não é possível ser campeão tendo na equipe um cara que entrega o ouro como quem troca de roupa. Poxa, custou livrarmo-nos do Fabinho Capixaba, agora temos de dar um jeito desse Marcão procurar o caminhão de mudança do qual ele caiu. Lembro que foi apresentado como boa alternativa para a zaga e a lateral esquerda, como alguém importante para o grupo, pela qualidade e versatilidade, mas, caramba, o cara é uma peneira. É raríssimo uma partida em que ele não entrega a rapadura. Ronaldo Gordo deve muito da sua recuperação a ele. Foi o dito cujo que deixou o Fenômeno marcar aquele gol em Prudente para, na sequência, derrubar o alambrado. Ronaldo poderia ter feito, depois, as grandes atuações que fez, mas, na boa, não seria a mesma coisa se não tivesse empatado aquele clássico em Prudente. Nesta quarta, em BH, começamos perdendo porque uma desviada de cabeça após um chutão da defesa pegou nossa retaguarda de calças curtas. O tal Marcão não marcava nem a bola nem o adversário, pois ambos passaram incólumes debaixo de seu bigode, e o adversário saiu na cara do Marcão - esse sim, um Marcão que preze - e socou para dentro na maior facilidade. Nem um nem outro. O cara não estava na bola nem no adversário. Como, meu Deus, deixar um cara assim como último homem? Seus defeitos não são apenas de marcação. Com a bola nos pés, também entrega o ouro facinho, facinho. O que mais me indigna é que os treinadores não vejam isto. O histórico do cidadão é um atentado aos bons costumes. Tudo bem, o clube contratou, agora em de cumprir o contrato e pagar o salário do cara, deixar o cara treinar etc; mesmo assim, acredito que o presidente deveria estipular uma multa por cada - a cacofonia é pertinente e necessária - vez que o Muriçoca o escalasse. Porque o prejú é batata. Primeiro, contratamos um balaio de zagueiros ruins e passamos um Paulistão e meio primeiro turno do Nacional testando opções até encontrarmos uma dupla mais ou menos, com Danilo e Maurício Ramos. Isso, porém, não permite que esse Marcão seja escalado como terceiro zagueiro ou lateral, pois o equilíbrio da nossa zaga é frágil demais, e uma peça espanada pode colocar tudo a perder. Na direita, Wendell dá conta do recado, enquanto o tal Figueroa não resolve estrear. Pô, o cara é contratado do Chile para assumir a posição e fica meses no bem-bom. Nada original nesse Palmeiras obtuso - o Valdivia ficou quase um ano coçando até ser colocado para jogar, lembram-se? Sinto-me até mal em falar isso tudo de um jogador que está defendendo a equipe com galhardia, que até parece ser gente boa, mas, caramba, convenhamos, é jogador para Náutico, Goiás, Ipatinga, não para um Palmeiras. Enfim, é admissível que jogadores medianos ajudem a formar um time campeão, mas com um entregador de ouro desse quilate? Sei não, sei não...

2 comentários:

  1. Com ou sem Markão, o Palmeiras vai continuar vencendo partidas fáceis e difíceis, já que conta com a ajuda dos árbitros, como ficou notório nessa partida contra o Cruzeiro, a ponto do juiz ser punido em seguida pela Comissão da Arbitragem.

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  2. O choro é livre, bro. Mas você não esqueceu daquela rasteira que o Diego Souza levou na grande área do São Paulo naquele 0 x 0 do primeiro turno, né, não?

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