A acachapante vitória sobre a Argentina serviu para que fossem colocados pontos em vários is, em especial para segurar a língua de Diego Armando, que nesse quesito também é pior do que o Edson Arantes. Edson também fala muita besteira, mas o besteirol invariavelmente vem sem a carga de arrogância e prepotência que permeiam as besteiras do atarracado hermano. Não nos iludamos muito, porém, com a hipótese de um cala-boca definitivo: tivesse ele um mínimo de humildade e não seria argentino. Diego continuará falando besteira – eu, tu, ele, nós também. Desta relação com nuestros vizinhos, fico ainda com a pérola elaborada por alguém, citado por Juca Kfouri em seu blog dias atrás: o brasileiro adora odiar os argentinos; os argentinos odeiam amar os brasileiros. Assim sendo, pode continuar, Maradona, a falar que foste melhor que Pelé. Vai, continua...
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Das Eliminatórias para o Brasileirão. As primeiras rodadas do segundo turno mostram claramente que há três equipes na disputa direta pelo título: Palmeiras, Internacional e São Paulo. A ordem não é alfabética, segue a tabela de classificação. Faço essa ponderação porque, dos três, o meu Parmera é o que demonstra menor punch. Achava que sairíamos da última rodada com alguma folga, depois de vencermos o Barueri. Afinal, o Inter tinha o Avaí em Floripa e o São Paulo pegaria o Cruzeiro no Mineirão. No final, ambos venceram. E com autoridade: o Inter, sem sofrer a menor ameaça e com dois jogadores a menos; o São Paulo, de virada, diante de um adversário de respeito, com gols marcados por jogadores que saíram do banco de reservas – o que demonstra que o treinador sabe mexer com as peças que tem.
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Sim, os bâmbis têm elenco, o que imprescindível em um campeonato longo, têm um time que joga junto faz tempo e podem muito bem repetir o que fizeram nas duas últimas temporadas: com regularidade repleta de goleadas de 1 a 0, superaram fácil adversários apenas medianos. Num cenário de técnica pobre, o São Paulo sobressai-se no embalo. A diferença é que, neste ano, Palmeiras e Inter podem imprimir um quê a mais, suficiente para superar o apenas bom tricolor. Achava que, em 2008, já seria demais o São Paulo conquistar um tricampeonato nacional com uma equipe boa, sim, mas não brilhante. Mas aconteceu. Agora, tetra... Já é demais. O futebol brasileiro não pode ter um tetracampeão nacional se não for uma equipe absolutamente brilhante – o que o São Paulo não é.
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Como palmeirense, temo mais o Inter. O Colorado alia duas virtudes que, praticadas ao mesmo tempo, deixam um time imbatível: um ferrolho defensivo e um toque de bola invejável. Isso, de maneira coletiva. Quando aliamos isso a talentos individuais, como um bom goleiro, bons alas, um segundo volante – Giuliano – jogando o fino e craques como Tayson... Mais uma dose, garçom!
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O Palmeiras vai indo, vai indo... Mas vai precisar melhorar o entrosamento, o espírito de grupo, para superar algumas dificuldades. Lesionado no tornozelo, Pierre está fora do campeonato. Sem ele, o time não perde apenas um craque no seu setor – perde uma referência, o que é muito ruim em termos de grupo. E Cleiton Xavier, pêndulo da equipe, joga há várias rodadas com o tornozelo baleado, o que é um perigo. Sem ele, Diego Souza cai bastante de rendimento. E é real a dependência que o ataque tem deles. O ponto positivo foi a estréia de Vagner Love. Surpreenderam a velocidade e a disposição do centroavante. Se não for apenas fogo de palha, aquele negócio de estréia, a coisa pode engrenar.
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Acho que Goiás e Atlético Mineiro não têm fôlego suficiente para chegar à última rodada com chances de caneco. Fora daquele trio, acho que a única surpresa pode vir do Corinthians, mas a maneira despreocupada com que a gambazada joga o Brasileirão, por já estar garantida na Libertadores, é uma faca de dois legumes. De qualquer forma, para que a surpresa ocorra, Mano Menezes teria de refazer o time já, o que não é fácil. Na parte de baixo da tabela, coitado do Fluminense. É paciente terminal. Penso que as outras três “vagas” na Série B vão ficar com um pernambucano (Náutico ou Sport), Santo André e um paranaense (Coritiba ou Atlético), mais para Náutico e Atlético. O Botafogo acredito que se salva por não ser tão ruim quanto esses rivais. Mas é Botafogo, o que não dá pra desprezar.
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