quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Um especialista em ter o nome trocado


O que faz uma pessoa errar o nome de outra? O nome em si, facilmente confundível? A maneira como se fala o próprio nome, algo relativo a entonação? A maneira como a outra pessoa ouve? Distração de ambos os lados? Não faço a menor ideia. Só sei que, se não sou campeão mundial da Fifa nessa categoria, devo estar pelo menos no G-4. Me ocorreu de escrever sobre isto porque nesta quinta-feira, 17 de setembro, fui brindado com mais um engano. Subi as escadarias do Comercial Taquari, na esquina da Rio de Janeiro com a Jorge Velho, em Londrina, até pegar o corredor central rumo à CRCOM, para quem estou fazendo um frila. Ao passar pelo Art Café, vi o Adauto lá dentro. Notei a falta do cara por lá, nesses primeiros dias de frila. É que quando fiz outros trabalhos para a CR, sempre tomava cafés ali, e o Adauto, dono do pedaço, era quem fazia as honras da casa. Desta vez, porém, ainda não o havia visto. Entrei para um rápido aperto de mão e ele tascou: "Sumido, Ricardo. Por onde andava?" Cumprimentei-o gentilmente, respondi qualquer bobagem e segui rumo às salas do fundão, com aquele "Ricardo" na zunindo na cachola. Fazia tempo que não tinha o nome trocado - se é que três ou quatro dias podem ser considerados pouco tempo nesse caso. Aquela troca do nome não me incomodou, por dois motivos: primeiro porque parece que nasci para isso e, convenhamos, Ricardo está muito próximo de Rogério. Se o pai entrar naquelas de dar nomes aos filhos começando com a mesma letra, e se um deles for Rogério, Ricardo é quase obrigatório para o irmão seguinte. Roberto e Ronaldo parecem também se encaixar nesse perfil. Tinha ficado mais acabrunhado no início da semana, quando fui ao Bar do Jota deflagrar mais uma noite etílica. O pessoal arrumava as últimas mesas. Fui o primeiro a chegar. Puxei papo com o Giba que, antes de virar garçom, foi um dos meus adversários favoritos no pebolim eletrônico na casa do Bruka, antes dele se mudar para São Paulo, quando ainda morava na Rua Olinda, de cara para o Zerão. A Maibe, que durante muito tempo foi funcionária e hoje toca o Jota, aproximou-se da conversa com o Giba e, ao perguntar sei lá o que, me presentou com um "Marcelo". Era para ser outro caso para não alterar os humores, mas da Maibe não, caralho. Ela me conhece há bem uns 15 anos, senão mais. Frequento o bar desde antes de amarrar os trapos com a Cris, e a Natália, que já fez 13, deu seus primeiros passos em volta daquelas mesas de sinuca, para o deleite da Maibe, que não cansava de elogiar os cachichos amarelados da nossa filha. Enfim, bateu mais no afetivo, sacô? A semana, portanto, começara bem. Após esse "Marcelo", pensei em quais nomes ainda poderia vir a ser chamado, depois de tantas trocas. Lembrei de um "Robson", este ao telefone, durante uma entrevista, semanas atrás. Lamentei não ter anotado todos as trocas; sei que daria uma lista imensa e hilária. Uma dessas trocas foi histórica e acabou rendendo um apelido que, graças a Deus, ficou restrito ao pequeno grupo do qual faz parte o autor da proeza. Quando conheci os Collor de Mello (pela designação dá pra sentir de que madeira são feitos aqueles cabras), o Renato Gordo, rei da manguaça, me chamou de Reginaldo. Como aquela turma (Misa della Barba, Batata do Ipem, Samuketa, Ricardinho da Bota, só para citar os principais) vale bem menos - todos juntos - do que uma nota de três reais, logo passaram a me tratar por "Reginaldo". Enfim, achei que aquele "Ricardo" proferido pelo Adauto seria, na melhor das hipóteses, a última do mês, quando, no fim da tarde, fui ao Instituto Ecometrópole para entrevistar o João das Águas, rumoroso ambientalista local, sobre o cinquentenário do Lago Igapó, que se avizinha. Cheguei antes dele e, ao subir as escadas, deparei lá em cima - é um sobrado - com o Eduardo Panachão, outro ambientalista dos bons, que eu entrevistara ano passado para a revista Top de Marcas. A entrevista fora por telefone. Mesmo assim, Eduardo lembrou-se de quando tomamos algumas juntos, na casa do Tele, pai da Laila, namorada dele, em Maringá. Lembrou-se de mim, mas do nome... Entre os cumprimentos e saudações de praxe, na hora de um falar o nome do outro, Eduardo enroscou-se todo, balbuciou algo inintelígivel, tipo assim o Zé Buscapé narrando um gol do Corinthians, mas juro ter ouvido algo próximo de "Gilberto". Pô, até tu, Panachão?

4 comentários:

  1. Relaxa Ricardo, a vida é assim mesmo. Com o tricolor fungando no cangote, o povo se confunde mesmo. Até mais Ariovaldo, lembranças pra Natalia.

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  2. Poxa, Claudião, Ariovaldo é um colega meu de escola. Achei que nunca vai me depararia com este nome, até ir para Maringá e conhecer o presidente da ACIM, Ariovaldo Costa Paulo. Enfim...

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  3. Graaaaande Reginaldo!!
    Pois é, ter o nome trocado num é nada. O duro é qdo vce num lembra nem a pau o nome do cidadão....aquele que tomou umas com vce ontem e hoje veio te chamar para o aniversário dele...hahaha
    Qto a Frizz, meu caro, uma pena. Briguei e xinguei pacas. O boss, o homem da grana, achou o texto meio ofensivo e tal...aquelas coisas de chefe, que tem medo só ventinho nas partes de baixo...
    Xá pralá...o texto tá bão mesmo e ponto.Desculpe mesmo assim...
    Abs
    Do Lili...
    TIIIIIIIIIIIIMIIIIIIIIIIIIIIIIIIIINHOOOOOO!!

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