sexta-feira, 10 de julho de 2009

Um bicão de Cianorte no funeral de Michael Jackson


Estava começando o segundo pão com manteiga do dia, agora cedo, quando puxei o Jornal da Tarde de quarta-feira. Pô, pão com manteiga no café da manhã é magnífico; lendo jornal, ainda que atrasado, é demais. Na puxada, veio o caderno Cidade e, na página 10, que abria a cobertura sobre o funeral de Michael Jackson, sob um mosaico de fotos do acontecimento, um box, com o título: "Entrei de penetra". Logo procurei o crédito da matéria, para saber quem tinha sido o autor da façanha, e estava lá: Jotabê Medeiros, de Los Angeles. Legal. Devorei o texto. Jotabê é camarada das antigas, dos tempos de faculdade. Eu sou da turma 84/1 da UEL, ele é uns dois ou três semestres mais velho. A Cris, que viria a ser mãe da minha filha Natália, convivia com a turma daqueles malucos: Jogó, Fredão, Riba, Joyce, Sandrão Dal Picolo, Jersey Gogel, tinha uma loirona de parar o trânsito que não lembro o nome, Roberto Francisco, Careca... Era uma turma mais chegada às letras, à poesia. Nelson Sato, Rodrigo Garcia Lopes, Pinduca... Nossa turma, frustrada com a derrota das Diretas, filha direta da Nova República, era mais chegada a boteco mesmo, cerveja, cigarro e sinuca. Preciso escanear uma foto em que o Jotabê aparece em meio a uma galera na festa de lançamento da revista Roteiro, em Londrina. 1986, 87. Se não estou gagá por completo, Jotabê é de Cianorte, assim como Roberto Francisco, que edita o jornal da Associação Comercial de Londrina. Tão logo se formou, Jotabê foi para São Paulo e logo começamos a lê-lo no Estadão. Está até hoje lá, no Grupo Estado. Quando o Corinthians levou uma sapecada do Cianorte - então dirigido por Caio Júnior - em Maringá, pela Copa do Brasil, um três a zero com direito a gol de bicicleta, na badalada estreia de Daniel Passarella como treinador dos gambás, eu era editor-chefe de O Diário, de Maringá, e Jotabê, nos States, escreveu um depoimento de lá para o Estadão. E, agora, essa. Como é largo, o Jotabê. Na matéria do JT, ele conta que estava em frente ao Staples Center com a credencial de jornalista, de pulseira azul, que identificava, na verdade, quem deveria ser barrado pela segurança. Até que viu um velho amigo da família Jackson que dera uma entrevista na CNN na noite anterior. Como bom fisionomista, reconheceu Steve Manning, se aproximou, puxou papo, fez uma breve entrevista e não é que o cara, que estava entrando na ala vip do funeral, o convidou para entrar? Vai ser largo assim lá em Cianorte. "Quase caí de costas", conta ele na matéria. E conta mais: que viu de pertinho o caixão dourado, as irmãs La Toya e Janet, o reverendo Jesse Jackson, além, é claro, de todos os artistas fudidões que se apresentaram naquilo que foi muito mais um show do que um funeral. Se quiserem mais detalhes, visitem o blog dele (medeirosjotabe.blogspot.com), onde também fala sobre a polêmica do diploma para jornalista - e fala muito bem, por sinal.

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