segunda-feira, 6 de julho de 2009

Nomes que servem para homem e mulher


Sempre me encafifou esse negócio de nome que serve para homem e mulher. Semana passada, estava batendo perna no centro de Ribeirão Preto, à espera de um rega-bofe na chácara onde um primo meu e uma turma de cafajestes se reúnem toda quarta, quando me lembrei de levar os óculos a uma ótica. Os aros já estavam bambos e as lentes, vergonhosamente sujas e riscadas. A moça que me atendeu, perto da Praça XV, disse que o caso era de solda e me indicou um sujeito ali perto, na rua Amador Bueno. “Procura o Dercy”, indicou a balconista. Bem, não sei se o nome do cara se escreve com i ou com y no final, mas o encontrei a um quarteirão e meio, na UTI do Óculos. Por quarenta pilas, Dercy fez um serviço de primeira, tão bom como faria o Zildo na Ótica Senador, do brahmeiro Carlão, em Londrina.

Saí de lá satisfeito e encafifado. Lembrei do Darci, irmão do tio Nilson, tão careca quanto corintiano (o tio Nilson, já que o Darci é são-paulino doente), para exemplificar casos de nomes que servem tanto para homens quanto para mulheres. Como espelho do Darci são-paulino tem a Darci Vargas, esposa do rechonchudo gaúcho presidente. Mas Dercy... Talvez o espanto tenha se dado pelo fato de eu ter associado rapidamente com a centenária e impagável Dercy Gonçalves. Ah, e lembrei agora de outro nome parecido, e também unissex: Darli, do desqualificado fazendeiro que encomendou a morte de Chico Mendes.

Nas rotineiras conversas com a tia Ciló na varanda da vó Zizinha, surgiram, em momentos distintos, dois nomes masculinos que chamaram atenção: Adalgiso e Esmeraldo. Pô, pensei, são nomes convencionalmente femininos, que foram masculinizados por alguma razão – geralmente, nesses casos, quando o casal deseja muito uma menina, já escolhe o nome e se o destino preferiu cara em vez de coroa, então apenas adaptam para o outro gênero. Deve ter sido isso...

E tem também os nomes compostos que originam o mesmo apelido. Tanto José Maria quanto Maria José projetam o ou a indefectível Zezé. Conheço casos dos três gêneros: o feminino, da Zezé Telles, minha amiga de primeira infância; o masculino, do Zezé Scapin, nosso zagueirão no time da Grota; e, na coluna do meio, o Zezé, exemplar da figura imortalizada por aquela marchinha de carnaval “Olha a cabeleira do Zezé, será que ele é, será que é?” O Zezé que conheço é.

Também nas primeiras séries escolares, no Neif Antônio, em Guará-SP, tínhamos uma colega de classe chamada Donizeti. Lembro quase nada dela, mas o pouco que lembro me traz à mente uma figura fechada, introspectiva, envergonhada, um tanto arredia. Terá sido pelo nome? Pois ela é a única representante feminina da categoria dos Donizeti. As dezenas de outros que conheci são todos homens.

Minha namorada Danielle acrescenta Itamar na galeria dos nomes unissex. É verdade, ainda mais com aquele topete do ex-presidente. Ela cita também Josimar. Pô, o único de que me lembro é o lateral direito da seleção na Copa do México, em 1986. Na boa: depois daquele Mundial, seria difícil encarar uma Josimar, por mais bela e atraente que fosse. Suspeito que a todo instante seria aterrorizado pela figura do Josimar comemorando aquele golaço de fora da área contra a Irlanda do Norte, agitando os braços freneticamente e correndo como se estivesse numa raia de atletismo com barreiras.

Mas o caso mais impressionante deve ser o Íris. Em Goiânia tem o Iris Rezende, prefeito cassado pelo regime militar em 1969 que voltou como governador em 1982, naquela leva de oposicionistas que venceram em Estados importantes, como Montoro em São Paulo, Richa no Paraná e Brizola no Rio. E o Iris Rezende, imaginem, é casado com a Iris, que, lógico, não é a Abravanel, pois essa é casada com Silvio Santos.

Devo confessar que tenho sentimentos bem diferentes em relação ao meu nome e às referências a que ele está sujeito. Em relação ao sobrenome, uma pontinha de orgulho, pelo Fischer notabilizado pela atriz catarinense Vera, uma das mulheres mais bonitas desse país. Em relação à versão feminina de Rogério... Bem, deixa pra lá.

Alguém aí conhece casos inusitados de nomes unissex?

10 comentários:

  1. Em Piraju, tem a dona Valdeci e o doutor Wandercy...

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  2. tralbahei em londrina com um xarope chamado juraci. sempre q alguem ligava no departamento lascava: - a dona juraci tá aí? hhahha
    na mesma londrix tinha um cara que compravamos coisa dele que se chamava tereso. esse pé de cair o cu da bunda

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  3. Nos anos 1970, a Portuguesa de Desportos teve um formidável atacante (centro-avante ou meia esquerda, não me recordo). Seu nome: Nair.

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  4. Fischer, essa história de nome é muito bacana. Audrey é nome feminino e masculino, sabia? Sidney, aqui no Brasil é masculino. Nos EUA é feminino haha. Mas falando em nome, outra coisa curiosa são aqueles sobrenomes que calham bem com a profissão da pessoa. Uma vez li uma entrevista com um cara de sobrenome Trigueiros - agrônomo. Quando a gente trabalhava na Folha eu tinha uma lista. Me divertia fazendo isso. Aí veio o incêndio lá, lembra? E a lista queimou. Uma pena. Qualquer dia, começo outra.
    Bj grande

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  5. conheci um tay que se casou com nara e a filha só pdia ser taynara

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  6. Meu nome é valdi, mas sou do sexo feminino...pensa!!!

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  7. Minha namorada se chama Valdeci no começo foi um pouco estranho mas agora já acostumei chamar ela de Val.....

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  8. Olha essa coisa dos nomes como dizem alguns e algumas unissex, como bem o relata o Fisher! É um grade problema e algumas vezes constrangedor, mesmo sem ter exposto o nome Andrea, já conheço, amigas e amigos com esse nome, é incluso o secretario da cultura de SP. Agora o problema é produto dessa desconfiguração ideológica de nossos estadistas, que a população por apresentar-se cristão, ou de admiração do dirigente, usa o nome que é masculino para o feminino e vice-versa. Dessa forma pela força mesma do comercio e da venda, gerando lucro. Se desconfigura, si bem que do ponto cientifico, genético as semelhanças são de 99,01% entre homem e mulher e precisamente a diferencia é 00,09% que distingue a mulher e o homem, então é seguir essa diferenciação e votar nos nomes dos filhos e filhas que o caracterizam como homem ou mulher.

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  9. Meu namorado se chama Dafne! No começo foi muito estranho, eu até tinha um pouco de vergonha de dizer o nome dele, porque as pesso as falavam que eu era o Fred e outras brincadeirinhas. O incrivel de tudo isso é que ele Junior, meu sogro também tinha o mesmo nome! Depois de um ano de namoro eu até tiro sarro da cara dele, e ele nem liga. Coitado, mas sofreu demais quando mais novo. Até eu quando vi o facebook dele pela primeira vez ri até me acabar. Mas hoje pra mim é normal. Tem uma amiga nossa, que acostumou tanto com o nome dele que pensa até em colocar o filho dela rsrsrsrs. Toda vez que ela diz isso pra ele, ele implora pra que ela não faça isso. HAHAHAHAHHA

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  10. Tenho trauma do meu nome. Sou do sexo feminino e me chamo, Lindomar. União do nome da minha mãe e do meu pai. Hooo tristeza.

    Passei por muitos constrangimentos, mas
    O pior, foi no primeiro dia do pré natal da minha filha, cheguei cedo e não me chamaram, então fui atrás da minha ficha e eles levaram para outro lugar , por acharem que Lindomar não poderia passar em genicologista kkkk. Enfim penso em trocar de nome, mas sempre estou adiando. Mas Para Minha filha Escolhi Um Nome Maravilhoso, Beatriz. Bjs

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