quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Em casa


Depois de uma rápida passagem por Echaporã, onde já sou reconhecido nas ruas pelos leitores do "Em Dia", de Bruka Lopes, e por Ibitinga, onde matei saudades da pré-adolescente mais bonita do mundo, estou novamente em Guará, para beber, comer, descansar e ouvir histórias. Cheguei nessa terça, almocei e corri para a casa da vó. Dona Zizinha estava estirada na cama, à espera do soro que a Ciló fora buscar na farmácia a fim de reidratar o corpo sacrificado por uma disenteria daquelas. Enquanto fazíamos, mutuamente, as perguntas de praxe, Ciló contou que deu na TV que em Catanduva um homem quase foi morto por uma pedra de gelo de um metro de diâmetro que venceu o telhado de barro e o forro de madeira e explodiu a seus pés enquanto via televisão na sala às duas horas de uma tarde com céu de brigadeiro. Especialista teria dito que poderia ser gelo desprendido da asa de algum avião ou um pedaço mesmo de gelo de algum nuvem que, de repente, resolveu soltar um torpedo contra aquele senhor de Catanduva. E engatou uma história do irmão dela, o João Luís, que, ah, essa é de pelar o sabugo. Aguardem.

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Aquela espiada básica na caixa postal e, afora as muitas porcarias, um e-mail do Alexandre Sanches com duas fotos do nosso tempo na Redação de O Diário. Nessa aí de cima, Alexandre grava chamadas para um institucional que ia ao ar num canal fechado, com os destaques do dia. Eu, recostado no pilar, aguardava minha vez de gravar as chamadas, até que Ivan, o Terrível, editor de foto do jornal, resolveu fazer o flagrante. 2007, se não me engano. 2008, no máximo. É a Redação reformada de O Diário, em Maringá, onde trampei por quatro anos.

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Em outro e-mail que valia a pena, Aurelinho Albano repassa uma compilação de gozações contra os sãopaulinos. É Richarlyson para cá, uma bicha afetada para lá. Bâmbis, poupa-los-ei dessa. Nem para Osti e Bruka, meus alvos prediletos, vou encaminhar tal infâmia - até pela certeza de que outros já o fizeram por mim.

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Em meio à bagagem de sempre, descarreguei duas caixas daquelas de supermercado, onde guardava meus vinis que estão devidamente acomodados numa estante em Londrina e que podem ser útil para meu pai e minha mãe carregarem coisas para o sítio. E uma cestinha com meu presente de aniversário de Vivian e Ganchão: um pote de quiabo em conserva que estava louco para que o pessoal de Guará experimentasse - o que deve ocorrer antes do Natal. Acreditem: Vivian transforma o quiabo numa iguaria que pode ser tudo, menos quiabo - pelo menos no que ele tem de pejorativo. Ela ferve o bicho dentro desses vidros de palmito e o troço fica de lamber os beiços.

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Numa sacolinha, alguns exemplares de lichia, para chupar e tirar semente. Conheci a fruta na chácara-mansão do Kaká e da Regina, onde batíamos bola todo sábado, anos atrás. Kaká trouxera a fruta da fazenda em Arapongas. Regina é mãe da Júlia, esposa do Luciano Pagliarini, maior ciclista do Brasil, que retornou recentemente ao país, depois de passagens bem-sucedidas pela Europa. Depois da tradicional pelada, na qual Kaká teve ter feito um ou dois gols e perdido outros 200, como sempre, me deparei com a tal de lichia. Chupei centenas, guardei alguns caroços e trouxe para Guará pra minha mãe tirar semente. Está plantada há alguns anos no sítio, mas, segundo dona Maura, não vai pra frente. Não se sabe se falta cuidado ou são as galinhas que não a deixam em paz. De qualquer forma, agora temos reforço.

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Na mala, um Norman Mailer e um livro de Hunter S. Thompson, o papa do jornalismo gonzo dos isteites. Trouxe-os de Echaporã, das mãos do próprio dono. Bruka Lopes avisou que o Mailer é presente mas que o Thompson é da espécie Quatro V: "Vai e volta, viu, viado?" Tadinho...

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Programas certos por enquanto: caminhada diária em volta do gramado do "Gil Junqueira", uma limpeza de dentes às 10h do dia 4 com o Hamilton - meu companheiro de república na lendária Paraíba 322, em 1984 - e um corte de cabelo no Jurandir, sãopaulino juramentado. Acho que vou imprimir alguma coisa daquele e-mail do Aurélio para levar pra ele.

3 comentários:

  1. Desejo a você um feliz natal. Que bom que está na chácara. Estou ansiosa para ler suas aventuras de pelar o sabugo(risos).

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  2. Feliz Natal, cara. Prá vc e toda a sua familia. A semana passada falamos muito(bem)de voce em Brasília. Eu e a Carina Pacola.Se cuida, parceiro!

    Santiago.

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