quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Sobre essa foto aí de baixo...

A foto abaixo é durante um jogo do Palmeiras em Londrina. Editava Esportes na Folha e meu irmão veio de Guará-SP para assistirmos ao pega com o Fluminense no Estádio do Café. Queríamos ver o time que no primeiro semestre daquele ano ganhara o Paulistão com a melhor campanha da história do campeonato - melhor, inclusive, que as campanhas do Santos de Pelé. Foi o time dos 100 gols, comandado por Djalminha, que fez gol por cobertura, da entrada da área. 5 a 1. O Flu fazia campanha que prenunciava a queda para a Segundona e, depois, para a Terceirona. Fechei a edição mais cedo, pedi para o Alberto Macedo cuidar do plantão, peguei a camisa que estava no carro e fomos fazer concentração no Bar do Lema, no Centro Comercial. Eu, Luiz Henrique e Paulo Briguet, que nos acompanharia ao estádio. Tomamos todas no Lema. Prevendo furdúncio na entrada do estádio, deixamos o carro ali na Rua Piauí e pegamos um táxi na Concha. Ríamos de cada gol marcado. Eu fiquei em pé, Briguet e Zenrique sentados. Fiquei em pé para ficar mais perto do bar. Eu, já pra lá de Teerã, mal conseguia manter ereto o copo de cerveja - naquele tempo ainda vendia-se cerveja em estádios. Era aqueles copões que abrigavam uma cerveja inteira. E, segundo o Luiz Henrique, eu ficava cambaleando que nem um joão-bobo, gritando e dando risada, e deixando o copo - sempre cheio - vazar na cabeça, nas costas, no pescoço do cara que estava sentado aos meus pés. Ele disse depois que só não apanhei do sujeito porque o Palmeiras estava ensacando o Flu e ele percebeu que estavam todos juntos ali, e relevou. Briguet também não ficou atrás. Na volta, dispensamos a ideia de um novo táxi e fomos a pé para o centro - coisa de cinco, seis quilômetros. Pegamos a Winston Churchill e fomos acompanhando o turbilhão de torcedores que desciam a avenida a pé. Tinha uns 25, 30 mil torcedores. Era quarta à noite. Deu mais público que Corinthians x Juventude no sábado seguinte, com Londrina e não sei quem na preliminar. Também fui a esse jogo, zoar o Curintia, que venceu por 1 a 0, gol de Célio Silva cobrando falta quase do meio-campo. Foi o chute mais forte que eu vi na minha vida. Pra lá da intermediária, o zagueirão pegou um canudo que entrou no ângulo do gol dos vestiários. Se houvesse mais 10 metros de campo, a bola teria entrado do mesmo jeito. Enfim, dizia que descíamos a pé para o centro. Tenho uma foto do Briguet falando com alguém no orelhão. Até hoje ele não consegue sequer imaginar para quem ligou. Ele balbuciava coisa com nada. Meu irmão, que nunca pôs uma gota de álcool na boca, rachava de rir. Bela noite de futebol e amizade.

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