sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

No sítio, onde a refestelança prosseguiu


Como previsto, a "soca" da refestelança seguiu para o sítio, onde compareceu apenas metade dos que estavam na ceia. Loriz-Lazinho prestigiou a família da nora e a turma da tia Nilda pipocou. Nilson Careca ficou de cama, com diarréia. Fomos nós e o casal Dite-Fernando Papelão. Tia Dite nos fotografou enquanto eu mandava torpedo para Turquinho Aniz que, de Londrina, havia me ligado, certamente para desejar feliz Natal, e eu, longe do celular, perdi a ligação. Como de costume, eu e meu pai varremos o quintal. Levei dois balaios de folhas e mangas podres para o cafezal. Pelo andar da carruagem, voltarei a Londrina sem as muitas mangas que prometi a Andrea Monclar e a Kakau Neves. Estão no finzinho. Quem sabe no sítio do João Luís, no Barro Preto, consiga umas sabinas de última hora - bourbons e coquinhas já são espécies em extinção. O foda é que as mangas se foram e o resto ainda não veio. Cajamanga está pequeno. Os cítricos todos (laranja, poncã), também. Siriguela acho que não madura até lá. Tamarindo já elvis. Carambola está bombando, mas é bastante perecível. O pé de limão galego está carregado - limonadas garantidas. Banana não tem problema: há cachos de sobra. Mais as caixas de ovos e dois ou três franguinhos congelados, beleza. A viagem não será de todo perdida.
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Intimei Zenrique para a corrida de fim de tarde que pretendemos fazer diariamente. Chegando lá, ao passarmos em frente ao ginásio de esportes, nosso primo Emerson dá com a mão, assobiando. Estavam ele e um garoto de 17 anos, Daniel, batendo bola na tabela de entrada. Ao invés da monótona caminhada com alguns piques, decidimos encarar o basquete de quatro. Eu e Emerson - gerente da CEF em Ribeirão Preto - ganhamos a nega da dupla adversária. Vencemos a primeira com ligeira folga. Eles nos surraram na segunda (o moleque é o cão da linha de três) e, na terceira, controlamos a parada e fechamos fácil em 30 a qualquer coisa. Suamos muito mais do que se tivéssemos caminhado e corrido na pista de brita. A rigor, foi até irresponsabilidade com meus joelhos bichados. Não vou apelar ao Dorflex, mas deveria. Já prevejo um despertar dolorido neste sábado.
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Neste sábado, aliás, tem Baile do Reencontro no salão da Associação Atlética Guaraense. Quarta edição, anuncia um cartaz. Dois amigos de infância - Hélio Carlos (dentista em Fortaleza) e Carlim Gordo (dono de motéis em Ribeirão) - me intimaram. Eles vão com suas respectivas. Compraram mesa. Será?
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Na volta do basquete, quando ensaiávamos ir tomar banho, um apagão nos pegou. Encarei o chuveiro assim mesmo. Depois, ficamos coisa de uma hora papeando na varanda escura, naquelas cadeiras de varanda, olhando para a rua iluminada pelos faróis. Clima de roça na cidade. Minha mãe conta que fazia eu e meu irmão lavarmos os pés toda noite, antes de dormir. Com ela também era assim, nas décadas de 40 e 50. Dona Hermínia punha os moleques - os onze - para lavar os pés, mas nada falava sobre escovar dentes. Ninguém dos Cherutti fazia isso, naquele tempo, na Grota. O hábito só foi se consolidar na cidade, quando adultos. Faziam uma bochecha e pronto. Nem por isso ficavam com os dentes em petição de miséria.
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Pulando um ou outro artigo, estou quase terminando "A grande caçada aos tubarões", de Hunter S. Thompson. É o tal papa do jornalismo gonzo. Como todo gonzo, viaja na maionese, mas o sujeito já subiu de "bão" para "bão pra carai" depois que li os artigos referentes ao derby do Kentucky e aos pilotos de teste da base aérea de Edwards. Mas terá de melhorar se quiser alcançar o "bão pra carai pra carai", segundo o conceito que Bruka Lopes e eu elaboramos. De qualquer forma, passou longe de "ruim" e de "mais ou menos". A próxima empreitada é concluir "Fuga dos Andes", do Pedriali, que fiz o favor de esquecer em Londrina. Pelo que disse o Dinho Pelegrini numa crítica, é bão pra carai.
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Como as pessoas se cumprimentam fácil em cidade pequena... Em Guará, o padrão é assim:
- Ôôôôô.
- Ôôô.
- Bão?
- Bããão!
E tá resolvido.

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