terça-feira, 16 de junho de 2009

Jogos de pelar o sabugo

Como diria o Jefinho, maior torcedor do Tubarão do mundo, este meio de semana futebolístico vai ser de pelar o sabugo. Tubarão é o apelido do Londrina Esporte Clube, assim batizado em meados da década de 70, sob inspiração do então empolgante filme de Spielberg. Mas infelizmente o Tubarão do Jefinho e de uns dois mil abnegados torcedores londrinenses está muito distante das competições que vão chacoalhar o bambuzal desta quarta e quinta-feiras. E, na minha opinião, o primeiro jogo será o mais tenso de todos. Marcado para as 19h20, no Estádio Centenário, em Montevidéu, o bicho vai pegar nesse Nacional x Palmeiras. O gol que os uruguaios fizeram no final da primeira partida, em São Paulo, deixou tudo mais difícil para o time de Luxemburgo, que teve a cara de pau de se esfregar no Felipão, ontem, para pegar sorte. O Palmeiras vai precisar vencer ou empatar por dois gols ou mais para avançar às semifinais da Libertadores. Keirrison desencantou contra o Cruzeiro, domingo, pelo Brasileirão. Está, porém, devendo ainda uma atuação decisiva na Libertadores. Será amanhã?

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O São Paulo, na quinta, também terá uma parada duríssima contra o Cruzeiro, embora jogue em casa e se garanta com um magro 1 a 0. Mas não é apenas o resultado que tem de ser analisado nessa parada. Assim como no caso do Palmeiras, no qual está em jogo a soberba do senhor Luxemburgo, no Morumbi também estará em jogo uma questão particular. Depois do tricampeonato nacional, Muricy Ramalho chamou para si a responsabilidade de vencer esta Libertadores, que ele ainda não tem no currículo. E talvez essa quarta-de-final seja a etapa mais difícil para o Tricolor.

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Nesta terça, dia 16, faz 10 anos que o Verdão levantou a Libertadores de 1999. Vi o jogo no Bar do Souza, na rua Mato Grosso, em Londrina. O bar não existe mais. Meses depois daquele título, o Souza, palmeirense roxo, levou o estabelecimento para a avenida Madre Leônia, endereço chique da cidade, e fechou. Mas as lembranças daquela decisão... Vixe, Maria! O Souza, por exemplo, de cima do freezer principal, bebia e jogava champagne em si mesmo, como se estivesse no pódio da F-1 em Mônaco. Naquela quarta-feira, saí mais cedo da Folha, umas sete da noite, deixe a edição de Esportes por conta do santista Alberto Macedo e fui pra casa. Comecei vendo o jogo em casa, tremendo mais que vara verde, e acabei parando no Souza no intervalo, quando procurava bar aberto para reabastecer o estoque de cerveja. Quando passei pela Mato Grosso, já estava começando o segundo tempo. Parei e, então, vi as jogadas decisivas daquele jogo contra o Deportivo Cali. O gol de Oséias, o 2 a 1 que levaria a decisão para os pênaltis e, ai meu Deus, os pênaltis. Bem, deixa pra lá.

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Nos confrontos da Libertadores, é previsível que a raça, a atenção ao mínimo detalhe decidam a parada. Diferentemente do que vai acontecer no Pacaembu, quarta, no primeiro pega de Corinthians x Inter pela decisão da Copa do Brasil. Vão ser dois jogaços, com o Timão, em tese, precisando abrir vantagem. Muitos fatores, contudo, deixam essa partida sob um suspense danado. Ronaldo, além de gordo, está gripado. André Santos, destaque do time, está na África com a seleção, que também roubou Nilmar do Colorado. E D'Alessandro também está fora. São quatro estrelas ausentes ou baleadas, mas que, ao invés de tirar o brilho, atiram mais mistério sobre como vão se comportar as duas equipes, que terão, aí sim, equipes completas na grande decisão, no Beira-Rio.

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Jefinho deve estar perambulando pelos bares de Londrina, desde segunda-feira, repetindo para quem quiser ouvir e para ele mesmo, que não perde uns jogos desses de jeito nenhum, mesmo que o Santos não esteja na parada. "Vai ser de pelar o sabugo". E vai mesmo.

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